Em 2023, o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou o fim da exploração de petróleo no país e um robusto Plano Nacional de Desenvolvimento. Entre os principais objetivos, o Plano visa reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis, promover a diversificação da matriz energética, e apoiar a transição econômica em regiões que historicamente dependem da mineração de carvão. Isso abrange não apenas a adoção de tecnologias sustentáveis, como energias renováveis, mas também o desenvolvimento de capacidades locais para garantir que essa transição seja justa e beneficie todas as camadas da sociedade. Adicionalmente, a política enfatiza a importância da colaboração entre o governo, as comunidades e o setor privado para promover a recuperação ambiental e garantir que as reformas necessárias sejam implementadas de maneira que apoiem tanto o crescimento econômico quanto a proteção ambiental e o desenvolvimento social.
Dentro do Plano está prevista a criação de comunidades energéticas, com a implementação de sistemas de energia solar em instituições sociais, educativas e de saúde, com prioridade para comunidades rurais e urbanas de baixa renda. Para se tornar beneficiário, as comunidades devem enviar suas propostas via chamamento público. Até o momento já foram quase 20 mil inscrições, sendo que 100 já foram implementadas e o governo projeta novas 5.000 até 2026. O programa será implementado com subsídios diretos do governo, um exemplo de um país liderando esforços no processo de uma transição energética justa e inclusiva.
Em sua agenda, o Ministro visitou a Primeira Cooperativa de Energia Solar em Favelas do Brasil, a Cooperativa Percília e Lúcio de Energias Renováveis, localizada na Babilônia e Chapéu Mangueira, no Rio de Janeiro. O modelo implementado, em 2021, pela Revolusolar permite que a energia gerada pelas usinas solares seja revertida em créditos na conta de luz para os moradores cooperados. Além disso, os cooperados participam de oficinas sobre sustentabilidade e de formação profissional para trabalhar na instalação e manutenção dos painéis fotovoltaicos.
“A energia solar é mais benéfica para os mais pobres, para quem pesa mais o custo da energia. No Chapéu Mangueira, fomentou o turismo e fomentou a economia local, porque o dinheiro que as famílias economizam, elas gastam nos serviços e comércios locais. Isso já está acontecendo, é só fomentar”, afirma Dinei Medina, presidente da cooperativa.
A visita incluiu ainda uma reunião no Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro, sobre o papel das cidades e os projetos em curso na Prefeitura, com Daniel Mancebo, coordenador geral do Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro. Foram apresentados os projetos da Prefeitura do Rio de Janeiro relativos a energia solar, como o Solário Carioca, projeto de instalação de usina fotovoltaica em Santa Cruz, antigo aterro sanitário desativado, que deve gerar 2 milhões reais em economias para o município. A energia gerada seria suficiente para abastecer cerca de 45 escolas municipais ou 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPA). O Solário Carioca é um exemplo inspirador de transformação dos problemas das grandes cidades: os Aterros Sanitários, que antes eram vistos apenas como problemas ambientais, tornou-se solução para a crise energética e climática.
Em resposta, o Ministro Andrés apresentou alguns resultados do Programa Municípios e Territórios Energéticos, ou Territórios Energéticos, que promovem o desenvolvimento e a implementação de sistemas de energias renováveis para promover a autonomia energética e a participação ativa destes territórios na Transição Energética Justa na Colômbia. Esta iniciativa gera poupanças nas contas de eletricidade e melhora o fluxo de caixa dos entes federativos, principalmente os municípios, para que possam otimizar os seus recursos para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes.