Micro e minigeração distribuída devem chegar a 64 GW até 2029, segundo ONS, CCEE e EPE

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A micro e minigeração distribuída no Brasil deve chegar a 64 GW em 2029, segundo projeções conjuntas do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgadas na última sexta-feira (04/04). Os dados fazem parte da 1ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética (2025-2029), que inicialmente previa que a capacidade total seria de 56 GW no mesmo período. Atualmente, a capacidade instalada acumulada dos sistemas de MMGD, é de 38,2 GW, sendo 37,9 GW da fonte solar.

Já a geração média de MMGD deve sair de 6.613 MW médios em 2025 para 9.856 MW médios em 2029. O MW médio reflete a quantidade de energia média em um determinado intervalo de tempo, sendo 1 MW médio/ano equivalente a 8.760 MWh/ano.

A projeção atualizada considera uma conjuntura de mercado que, apesar da pequena alta percebida a partir de fevereiro de 2025, resulta de uma queda expressiva nos preços de módulos fotovoltaicos desde o início de 2024. Além disso, há uma sobre oferta de módulos fotovoltaicos, levando a uma redução significativa no CAPEX dos sistemas solares. Adicionalmente, o percentual de adotantes em nível nacional ainda é relativamente baixo e há uma demanda reprimida. A expansão de veículos elétricos, políticas do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e do Programa de Energia Renovável Social (PERS), aumento de sistemas “grid zero”, benefício REIDI e sistemas flutuantes sem limite de capacidade são fatores de crescimento adicionais para os sistemas solares de MMGD.

Por outro lado, o aumento do Imposto de Importação de módulos fotovoltaicos, a saturação do mercado de alto consumo, aumento das taxas de juros  em um mercado onde 50% dos sistemas são financiados, as negativas de pareceres de acesso devido à inversão de fluxo, aumento da cobrança do Fio B a partir da Lei nº 14.300 e incertezas de tratamento dos descontos após 2028, a migração ao mercado livre de energia e volatidade do dólar são fatores de desaceleração.

Crescimento da demanda

A demanda de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), deve crescer em média 3,4% ao ano entre 2025 e 2029. Para 2025, o crescimento projetado da carga é de 3,7% na carga global, atingindo o valor de 82.871 MW médios. Em 2029, está previsto o valor de 94.573 MW médios.

As projeções consideram uma expectativa de crescimento do PIB em 2025 de 2,2%, sob influência do carregamento estatístico decorrente do crescimento do PIB brasileiro acima do esperado no quarto trimestre de 2024, compensando os efeitos causados pelo cenário de maior pressão inflacionária e o retorno do ciclo de alta da taxa de juros.

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