América do Sul adicionará 160 GW de capacidade solar fotovoltaica até 2034, afirma Wood Mackenzie

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O último relatório da Wood Mackenzie sobre o mercado solar fotovoltaico da América do Sul revela que a região adicionará 160 GWdc de capacidade solar entre 2025 e 2034, impulsionada por esforços de diversificação, crescente demanda de energia e economia de sistema favorável.

O relatório “South America Solar PV Market Outlook 2025” fornece uma análise abrangente do cenário de energia solar da região, dinâmica do setor de energia, perspectivas de instalação de energia solar fotovoltaica de 10 anos e impactos políticos nos principais mercados.

“O mercado de energia solar fotovoltaica da América do Sul deve desacelerar à medida que os mercados maduros se estabilizam”, afirmou o analista sênior de energia e renováveis das Américas da Wood Mackenzie, Felix Delgado. “Embora haja crescimento nos mercados emergentes, espera-se que as adições anuais na região desacelerem a medida que os mercados maduros enfrentam atrasos na infraestrutura de transmissão, maior redução e aumento das tarifas de transmissão para energia solar de pequena escala.”

As principais conclusões do relatório incluem:

  • Os mercados maduros, Brasil e Chile, serão responsáveis por 78% do total de instalações regionais.
  • Os projetos de pequena escala (<5 MWdc) serão responsáveis por 48% do total da construção regional, uma vez que os esquemas de geração distribuída continuam atraentes em todo o continente.
  • Espera-se que as instalações fotovoltaicas na região tenham atingido o pico em 2024, à medida que as adições solares de pequena escala e de utilidade pública desaceleram no Brasil.
  • A transmissão atrasada e a maior redução dificultam o crescimento em mercados maduros, impulsionando a hibridização de projetos solares + armazenamento, principalmente no Brasil e no Chile.
  • A economia do sistema solar fotovoltaico continuará a melhorar, com uma redução projetada de 42% no LCOE regional para rastreadores de eixo único e energia solar fotovoltaica de inclinação fixa até 2035.

O Brasil, o maior mercado da região, está passando por uma desaceleração nas adições de energia solar após a recente expansão renovável alimentada por incentivos expirados. A energia solar em escala de utilidade enfrenta um ambiente de excesso de oferta de energia e infraestrutura de transmissão atrasada. Enquanto isso, a energia solar em geração distribuída (GD) enfrenta tarifas de transmissão crescentes, aumento dos impostos de importação sobre módulos solares e disputas de interconexão das distribuidoras de energia. No entanto, as adições de capacidade continuarão a ser impulsionadas por Contratos de Compra de Energia (PPAs) no ambiente de mercado livre e instalações de GD.

O Chile está enfrentando desafios semelhantes com restrições de rede, empurrando o pipeline de energia solar fotovoltaica para projetos híbridos.

“A transição para projetos de energia solar e armazenamento em mercados como Brasil e Chile é um desenvolvimento crítico”, acrescentou Delgado. “O Chile está abrindo caminho para a adoção do armazenamento na região e serve como um campo de testes que destaca os desafios e soluções disponíveis para países com já alta penetração de geração renovável.”

O relatório também enfatiza o papel dos compradores diretos do Comércio e Indústria (C&I) na condução do crescimento da capacidade. Na Argentina, o mercado corporativo de PPAs renováveis está permitindo que os compradores assinem PPAs vinculados a US$, atuando como o principal esquema de mercado que impulsiona as adições de capacidade solar. Além disso, 99% do atual pipeline de energia solar no Brasil deve operar no mercado livre. No entanto, os leilões regulamentados continuam sendo críticos para mercados emergentes como Colômbia e Peru.

No longo prazo, o relatório indica que Brasil, Chile e Colômbia estão bem posicionados para capitalizar a crescente demanda por hidrogênio verde, impulsionando ainda mais as adições de capacidade solar e diversificando o cenário energético da região.

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