A Engie Brasil Energia destinou para reciclagem 2.900 toneladas de painéis solares entre 2023 e 2024, que estão sendo processados pela brasileira SunR. Esse volume elevado foi consequência dos danos sofridos pelo Conjunto Fotovoltaico Paracatu, atingido por uma forte tempestade em abril de 2023. Inicialmente, a previsão para que todos os resíduos fossem adequadamente destinados era de três anos, prazo que foi reduzido a pouco mais de um ano graças a tecnologia inovadora SunR. Ao todo, mais de 100 pessoas foram envolvidas no processo logístico para viabilizar o processamento e reciclagem dos painéis e componentes.
“Os danos em Paracatu trouxeram um grande desafio para a companhia. Cada unidade de geração conta com um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), porém o volume gerado foi muito acima do comum e tivemos que trabalhar junto da SunR para desenvolver um plano de ação eficaz, rápido e que nos permitisse iniciar as obras de recuperação do Conjunto enquanto os rejeitos eram direcionados para reciclagem”, explica o gerente do Conjunto Fotovoltaico Paracatu, Arthur Henrique Munaretti.
A Engie se organizou para viabilizar a logística de carregamento a fim de que a SunR pudesse transportar o material até as suas instalações, em uma nova unidade mais próxima do Conjunto Fotovoltaico Paracatu, onde estão sendo processados os componentes que integram os painéis para reaproveitamento. Por lá, o vidro é enviado para indústrias como a de microesferas utilizadas em tintas para pavimentos rodoviários e os metais nobres são recuperados para reaproveitamento na indústria.
Foram aproximadamente 100.000 painéis solares descartados, que, no início, precisavam ser transportados de Minas Gerais até a unidade mais próxima da SunR, localizada em Valinhos, no interior de São Paulo. Dentre os principais desafios, estavam a logística de armazenamento, carregamento e transporte, a capacidade de processamento e o tráfego de caminhões na usina, que tinha espaço limitado.
Para solucionar estes problemas, a SunR abriu uma unidade em Montes Claros, Minas Gerais, ampliando a capacidade de processamento e reduzindo a distância no transporte da carga. Além disso, a companhia articulou o uso de pallets que seriam descartados por um outro projeto fotovoltaico próximo e foram usados para o transporte dos módulos descartados.
“Éramos parceiros da Engie na reciclagem de painéis solares, mas não no volume que tivemos em Paracatu. Foi um desafio, mas também uma oportunidade de desenvolvermos e ampliarmos nossa empresa. Desde o início da nossa operação, já fizemos mais de cem coletas e recebemos mais de 4.500 toneladas de resíduos, para dar o melhor tratamento e retornar para a cadeia produtiva tudo aquilo que seria descartado como lixo”, afirma o CEO e criador da SunR, Leonardo Duarte.
A coleta dos painéis foi encerrada em janeiro e o processamento dos materiais segue em andamento.
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Imagem: SunR
Criada em 2020, a SunR desenvolveu a tecnologia PV-MRC (Photovoltaic Mobile Recycling Container) para processar e reciclar painéis fotovoltaicos no Brasil. Capaz de processar 100 módulos por hora, a tecnologia é totalmente brasileira, inovadora na América Latina e 100% móvel, podendo ser direcionada e adaptada para locais de maior demanda.
O Conjunto Fotovoltaico Paracatu, localizado no município de mesmo nome, no estado de Minas Gerais, é formado por 4 usinas fotovoltaicas que totalizam 132 MW de capacidade instalada. Depois de um período de reparo nos dados, a usina foi totalmente reenergizada em outubro de 2024.
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