A comissão especial sobre transição energética e produção de hidrogênio verde da Câmara dos Deputados realizou um seminário sobre a proposta de criação do Programa de desenvolvimento do hidrogênio de baixo carbono na última terça-feira (11/02). A criação de empregos qualificados e o desenvolvimento da demanda local são as prioridades do governo, segundo o diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, João Francisco Paiva.
Ele disse que o governo visa criar empregos e oportunidades para os brasileiros, não apenas em áreas de baixa complexidade, como construção civil, mas também em setores de alta complexidade relacionados à produção de hidrogênio verde. “A gente não quer substituir uma exportação de commodities agrícolas com baixo valor agregado por exportação de hidrogênio”, disse o representante do MDIC. “A gente quer incentivar que esse hidrogênio seja usado nas indústrias nacionais para que elas possam criar valor a partir disso, descarbonizar seus processos industriais. Esse é um grande foco e também o conteúdo local”.
O governo visa desenvolver uma indústria local de hidrogênio verde, segundo Paiva, incluindo a produção de eletrolisadores, tanques de amônia e outros componentes complexos, em vez de focar apenas na produção do energético para exportação. Isso criaria um ecossistema de hidrogênio verde mais robusto e sustentável no Brasil.
No evento, a pesquisadora Ana Carolina Chaves, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), destacou que a economia do hidrogênio ainda enfrenta liquidez limitada, assimetria de informação, altos custos de transação e diversas barreiras de entrada. Além disso, os projetos ainda sofrem com baixa demanda e dificuldades de financiamento, incertezas regulatórias, desafios operacionais e tecnológicos.
Já o secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, comentou sobre os próximos passos na regulamentação das leis que promovem combustíveis sustentáveis. “Temos um grande desafio, mas que é prazeroso, porque estamos contribuindo no combate às mudanças climáticas, na geração de empregos e na valorização da energia renovável. E todo esse conjunto de iniciativas já traz resultados: juntos, etanol e biodiesel somaram cerca de 43 bilhões de litros produzidos em 2024, alcançando recorde histórico. E, segundo nossas estimativas, com o avanço da mistura de etanol à gasolina para 30% (E30), o Brasil pode deixar de depender da importação de gasolina”, afirmou o secretário.
O seminário contou ainda com a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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