Ypê assina contrato de energia solar de mais de R$ 230 milhões com a Casa dos Ventos

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Ypê, empresa brasileira do segmento de higiene e limpeza, anunciou a ampliação da parceria com a Casa dos Ventos por meio de um contrato de aproximadamente R$ 230 milhões para fornecimento de energia solar. O acordo, com duração de 15 anos, assegura que, a partir de 2026, 100% da energia consumida na produção da Ypê será renovável e proveniente dos empreendimentos da Casa dos Ventos, alcançando a meta que foi divulgada no último Relatório de Impacto da companhia e consolidando a marca como referência em práticas sustentáveis no setor.

Em fevereiro de 2024, a Ypê firmou um primeiro contrato de R$ 250 milhões com a Casa dos Ventos para autoprodução de energia renovável até 2039 fornecida pelo Complexo Eólico Rio do Vento, no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada de 1.038 MW, suficiente para evitar a emissão de cerca de 1,7 milhões de toneladas de CO₂ por ano.

Já o novo contrato garante o suprimento de energia proveniente de uma nova usina solar de 100 MW que será adicionada ao Complexo Eólico Babilônia Sul, o tornando um empreendimento híbrido, conforme antecipado pela pv magazine.

Investimentos em complexos híbridos

O negócio acelera, que em sua primeira etapa, totaliza investimentos de R$ 1 bilhão. Esta fase inicial contempla os complexos Babilônia Sul e Babilônia Centro, ambos no estado da Bahia.

No Nordeste, onde estão localizados os empreendimentos, os ventos são comumente mais intensos durante a noite, enquanto os painéis solares produzem eletricidade durante o dia. “Os complexos híbridos trazem eficiência ao sistema elétrico, uma vez que as fontes solar e eólica compartilham infraestrutura de transmissão e se complementam em perfil de geração.”, afirma o diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe.

O valor de R$ 1 bilhão também abrange os investimentos na hibridização do Complexo Eólico Babilônia Centro, com a adição de 200 MW de capacidade solar para complementar os 553 MW eólicos. O empreendimento é uma joint venture com a ArcelorMittal, maior produtor de aço do Brasil e uma das líderes globais do setor de siderurgia.

Os dois complexos de geração híbrida serão financiados pelo Banco do Nordeste (BNB).

Hibridização eólica pode ser oportunidade para integradores solares

Em conversa com a pv magazine em maio de 2024, o gerente de Engenharia de Desenvolvimento Solar da companhia, Guilherme Castro, disse que a hibridização de parques eólicos pode ser uma oportunidade para integradores solares e ressaltou a necessidade de um bom dimensionamento do ativo solar para evitar riscos como o curtailment.

Nesse sentido, a Casa dos Ventos tem a vantagem de ter instalado a primeira torre de medição solarimétrica em 2015, já vislumbrando a possibilidade hibridização com seus ativos eólicos.

“Temos hoje a medição em praticamente todos os nossos parques eólicos”, comentou Castro. “Uma das principais dores é o dimensionamento da solar, para utilizar bem o Must. Não é uma tarefa fácil. Então o valor da sua medição é muito alto. É um dos pontos centrais porque soma a capacidade de geração e ela fica restrita àquele limite [do Must]. O eólico tem uma variação interanual muito forte. A solução é medir por muito tempo ou ter um histórico de operação longo, isso é um ativo muito valoroso para o dimensionamento de um híbrido”, complementa.

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