TAB Energia enxerga interseção entre solar e veículos elétricos como oportunidade estratégica

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Desde sua fundação em 2016, em Joinville, Santa Catarina, a TAB Energia percorreu um caminho de evolução contínua. Hoje, é reconhecida como um integrador oficial WEG, atuando em seis estados brasileiros: Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Pará. A pv magazine conversou com o CEO da empresa, Michel Kazmierski, que compartilhou insights sobre a trajetória da TAB, os desafios do setor e as perspectivas para o futuro.

De acordo com Kazmierski, a TAB começou atendendo pequenos comércios, mas logo percebeu que sua proposta de valor estava alinhada a projetos mais robustos. “Nosso intuito era atender projetos mais complexos, com soluções ‘engenheiradas’ que oferecem grande segurança para o cliente e atendem às exigências do mercado industrial”, afirmou o executivo. Essa visão levou a empresa a abandonar projetos residenciais para focar em clientes comerciais e industriais (CNI) e em grandes plantas de geração de energia.

Michel Kazmierski, CEO Tab Energia.

Imagem: TAB Energia

Michel destacou que, além de priorizar produtos de alto desempenho, a TAB foca muito na qualidade da implantação. “Se o fabricante promete pelo menos 30 anos de performance, é preciso que a instalação garanta essa durabilidade. Isso tangibiliza o valor que oferecemos”, explicou.

Unidades de negócios diversificadas

Atualmente, a TAB opera em quatro unidades de negócios:

  1. Enterprise: soluções para grandes corporações, incluindo autoprodução.
  2. C&I e Mid Marketing: voltada para médias empresas do setor comercial e industrial.
  3. Investimento: desenvolvimento de usinas fotovoltaicas e estações de recarga para diversificação de portfólios e geração de receita.
  4. Operação e Manutenção (O&M): suporte contínuo para garantir a performance dos sistemas instalados, incluindo monitoramento, limpeza e manutenções preventivas.

Segundo o Kazmierski, o mercado sofre com a falta de credibilidade devido a falhas em projetos mal planejados ou executados. “Propomos um trabalho sério, que assegure que o cliente receba o que foi prometido”, enfatizou.

Visão sobre o mercado de baterias

Uma das tendências mais significativas do setor energético é a adoção de baterias como solução de armazenamento. Embora ainda não tenha uma unidade de negócios dedicada a esse segmento, a TAB Energia enxerga um mercado em rápida ascensão, com impactos positivos para diferentes aplicações.

“Por vezes, somos consultados sobre usinas que combinam geração solar e armazenamento em baterias, seja em sistemas isolados ou conectados à rede. Essa solução está se tornando cada vez mais atraente graças à redução do CAPEX por kWh”, explicou o CEO.

O executivo destacou a simplicidade e a eficiência das baterias, que oferecem uma solução rápida em locais onde a rede elétrica é limitada ou insuficiente. “Quando a rede não comporta, melhorar a infraestrutura pode ser demorado e caro. Já as baterias permitem uma implementação rápida e prática: é literalmente conectar na tomada. Isso não só acelera o processo como também aumenta a segurança energética”, disse.

Além disso, a interseção entre a geração solar e a eletrificação de veículos representa uma oportunidade estratégica para o uso de baterias. Com o crescimento acelerado dos carros elétricos, soluções de armazenamento se tornam indispensáveis para sustentar a demanda crescente. “A eletrificação de veículos vai depender diretamente de como armazenamos a energia gerada. Isso torna as baterias uma peça-chave no futuro da mobilidade elétrica”, acrescentou o executivo.

Desafios e soluções para 2025

O executivo aponta que o setor solar enfrenta grandes desafios, como a alta da taxa Selic, o aumento dos impostos e do dólar, que impactam diretamente no custo do CAPEX. A alta da taxa Selic é uma preocupação central.

“A Selic elevada desestimula o investimento em novos projetos, pois reduz a atratividade do retorno financeiro. Isso tem um impacto direto no mercado solar, especialmente em projetos que dependem de financiamento”, explicou. Além disso, o recorde do dólar também pressiona o setor. “Com o aumento do dólar, os custos dos equipamentos importados sobem, e muitos distribuidores já repassaram essas correções para o mercado. Isso reduz o retorno esperado, especialmente em projetos de maior escala.”

Apesar dos desafios econômicos, o CEO da TAB Energia vê um horizonte promissor para a energia solar. Ele destacou que o consumo de energia no Brasil deve crescer em função da inflação e do aumento da demanda industrial. “A previsão da ONS é que a geração distribuída continue crescendo, especialmente em micro e miniusinas. Esse movimento, mesmo que incremental, ajuda a sustentar o mercado.”

O mercado de veículos elétricos é outro vetor de expansão. “Já desenvolvemos quase 3 MW em estações de recarga, e acreditamos que esse segmento continuará acelerado. O custo-benefício frente aos veículos a combustão e os incentivos para a eletrificação garantem que a demanda continuará crescendo. É um setor que merece cuidado de engenharia”, destacou.

Um dos focos da TAB Energia para 2025 será mostrar aos investidores que soluções solares são mais do que um custo inicial elevado, mas representam um investimento estratégico com retornos de longo prazo. “É preciso saber mostrar valor. Não se trata apenas de energia por kWh. Olhar o contexto específico de cada cliente, desde a distribuidora local até os incentivos ESG disponíveis, é essencial para justificar a mobilização de capital”, afirmou o executivo.

Por fim, Kazmierski destacou a importância de um crescimento sustentável e equilibrado nas diferentes unidades de negócio da TAB. “A ideia não é massificar, mas atender projetos personalizados que façam sentido econômico e ambiental para nossos clientes. É assim que conseguimos manter a confiança e a credibilidade no mercado”, concluiu.

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