A padronização e a certificação são ferramentas essenciais para a implantação de mercados globais de hidrogênio verde, aponta um relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). Dada a importância do hidrogênio verde e suas commodities derivadas na transição energética global, muitos governos estão desenvolvendo estratégias, roteiros e estruturas políticas para apoiar sua adoção. Mas a agência alerta que é necessário estabelecer critérios e padrões em direção à “interoperabilidade”, por meio da qual os certificados emitidos em uma jurisdição podem ser reconhecidos em outra, se as características do esquema estiverem suficientemente alinhadas.
“Os padrões internacionais ajudam a alinhar as expectativas entre produtores e consumidores em diferentes países, e o uso e a adesão aos padrões também podem reduzir o risco de investimentos, aumentando a credibilidade dos planos de projeto”, escreveu o líder de Gases renováveis da Irena, James Walker.
As commodities “verdes” só serão úteis para facilitar as reduções de emissões em setores industriais e outras aplicações difíceis de reduzir se suas cadeias de valor forem realmente sustentáveis, e os esquemas de certificação ajudam a fornecer provas de que isso está sendo entregue. Mas isso pode ser desafiador em nível internacional. Quando diferentes países e regiões estabelecem diferentes metodologias de cálculo de emissões e limites de sistema, a padronização se torna inconsistente, o que provavelmente aumentaria os custos administrativos para os produtores que buscam atender aos requisitos regulatórios de outros mercados.
No relatório Global trade in green hydrogen derivatives, a Irena aponta que cada vez mais que as commodities derivadas produzidas usando hidrogênio verde — incluindo amônia de baixa emissão, metanol, ferro reduzido e aço — desempenharão um papel significativo nos fluxos de comércio global associados ao hidrogênio. Mover o próprio hidrogênio verde gasoso por longas distâncias pode ser tecnicamente desafiador, devido à sua baixa densidade de energia volumétrica e, em vez disso, os derivados podem ser mais fáceis de enviar intercontinentalmente. Como resultado, os esquemas de certificação podem ser cada vez mais necessários para garantir os atributos dos derivados. Estruturas regulatórias podem evoluir para definir requisitos para níveis aceitáveis de intensidade de emissão de gases de efeito estufa associados à produção de amônia ou metanol “verde” ou de baixa emissão.
Várias ações são recomendadas aos reguladores e proprietários de esquemas de certificação. Essas recomendações são divididas em três pilares: design da estrutura regulatória, logística do desenvolvimento e gerenciamento do esquema de certificação, valor e prioridades para colaboração internacional.
Certificação nacional de hidrogênio verde
No Brasil, desde 2022, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) oferece o certificado de hidrogênio para atestar a origem de produção a partir de fontes de baixa emissão de carbono em projetos-piloto no Brasil. As diretrizes do programa foram definidas com base em uma série de debates com representantes da cadeia produtiva e levou em consideração exigências do mercado europeu.
Os primeiros certificados foram emitidos em novembro de 2023, para assegurar que o hidrogênio produzido pela EDP e por Furnas foi fabricado com energia de fontes renováveis.
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