Verão será marcado por chuvas intensas e calor e geração de energia solar dever ser favorecida

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A Tempo OK, empresa de meteorologia de alta precisão, divulgou novo levantamento sobre o cenário climático do verão brasileiro que começa oficialmente no dia 21 de dezembro de 2024, às 06h21 (horário de Brasília), com o solstício de verão. A perspectiva é de um clima típico para a estação, mas algumas nuances exigirão atenção. Para a geração de energia renovável, enquanto a geração eólica ficará desfavorecida, haverá aumento da incidência de radiação solar em quase todo o Brasil. Enquanto os sistemas solares no Nordeste podem se aproximar de sua máxima eficiência, o Sul terá condições menos favoráveis devido à nebulosidade.

O verão se apresenta como um período favorável para a geração solar fotovoltaica, devido ao aumento da incidência de radiação solar em quase todo o Brasil. No Nordeste, os sistemas solares tendem a se aproximar de sua máxima eficiência, especialmente em áreas do sertão, que apresentarão menor cobertura de nuvens e alta intensidade de radiação. No Sudeste e Centro-Oeste, embora a frequência de chuvas deva ser maior, principalmente nas tardes, os períodos de sol entre a manhã e início da tarde garantirão uma alta produtividade dos sistemas fotovoltaicos. A região Sul terá condições menos favoráveis especialmente entre dezembro e janeiro, devido à nebulosidade, mas terá condições razoáveis de geração solar na segunda metade da estação.

Enquanto a energia fotovoltaica deve ser beneficiada, os ventos enfrentam limitações. Os meses de verão serão caracterizados por frentes frias transitando rapidamente, especialmente sobre o oceano, o que influencia diretamente o potencial eólico em diferentes regiões do Brasil.

No Sul, a geração eólica ficará desfavorecida, já que os ventos mais intensos permanecerão concentrados no oceano, longe das áreas de maior potencial de aproveitamento terrestre. A ausência de sistemas prolongados no continente também limita a intensidade e regularidade dos ventos na região. No Nordeste, as condições meteorológicas também podem trazer desafios, especialmente nos meses de fevereiro e março: a proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) — impulsionada pela ocorrência de chuvas frequentes e pelo aquecimento das águas do Atlântico Equatorial — deverá reduzir a consistência dos ventos alísios, afetando a geração de energia em várias áreas. “O monitoramento meteorológico constante terá papel estratégico para que geradores possam otimizar o aproveitamento do potencial eólico neste período”, destaca o especialista em Meteorologia para Geração Eólica da Tempo OK, Paulo Lombardi.

De acordo com o meteorologista da Tempo OK, Luiz Fernando dos Santos, as águas aquecidas do Atlântico Norte trazem mais energia para a atmosfera e devem favorecer a umidade no Brasil, mas também intensificam episódios de altas temperaturas, pancadas de chuva intensas e de instabilidade em diversas regiões do Brasil”.

O calor pode ficar cerca de 2ºC acima da média histórica, que considera o período de 1991 a 2020, mas as temperaturas serão mais amenas do que no último verão, que foi um dos mais quentes já registrados no Brasil. As maiores anomalias serão registradas no centro-norte. As chuvas também podem ultrapassar a média histórica, especialmente no centro-sul do Brasil, mas devem ser irregulares, alternando-se com períodos de sol e calor.

A estação começa com dias ensolarados e com anomalias positivas de temperatura especialmente no Nordeste. Já o Sul e parte do Sudeste deverão enfrentar um período mais chuvoso, resultado da influência de sistemas transientes — áreas de instabilidade que trazem precipitações frequentes, sobretudo na primeira quinzena da estação. “Nas demais regiões, períodos alternados de sol e chuva devem manter as temperaturas máximas próximas à média climatológica em grande parte dos dias”, explica Luiz Fernando.

Ao longo da estação, há um deslocamento da umidade. “Após o dia 20 de janeiro, o centro-norte do Brasil passa a mostrar condições favoráveis para a ocorrência de chuva”, destaca o meteorologista. Entre fevereiro e março, as precipitações devem se deslocar para o Norte, com acumulados acima da média, especialmente no interior de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, interior do Nordeste, Tocantins e sul do Pará.

La Niña ainda não se confirmou

O Pacífico Equatorial, que vinha com um leve resfriamento no mês passado, segue nessa tendência nos próximos meses, o que mantém uma condição para La Niña fraco até o mês de março, ou seja, mesmo se o fenômeno se configurar agora em dezembro, não irá durar por muito tempo, portanto irá influenciar pouco as condições de chuva no Brasil. As águas do Oceano Atlântico serão as maiores responsáveis pela chuva no país. “A temperatura do Atlântico Tropical Norte está mais aquecida, mas com um padrão mais suave, o que favorece o retorno da umidade para o interior do Brasil, devido a aproximação da ZCIT. As temperaturas mais elevadas do Atlântico, na costa do Sudeste e na costa leste do Nordeste, especialmente no leste da Bahia, favorecem a chuva nestas regiões, pois funcionam como fonte de umidade local, quando as instabilidades se aproximam destas regiões”, destaca Luiz Fernando.

Apesar do predomínio do sol, a alta umidade favorece a formação das tradicionais pancadas de chuva no fim da tarde: formações repentinas e breves, mas com alto potencial para causar transtornos significativos. Por isso, recomenda-se que, ao perceber nuvens carregadas, as pessoas procurem abrigo e evitem áreas descampadas ou alagadiças. Em caso de enchentes e queda de árvores, é importante manter-se distante da rede elétrica.

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