“O projeto “Escolas Solares”, cujo objetivo é implementar aulas práticas nas escolas públicas do Rio Grande do Norte por meio de miniusinas de energia solar, pode ser estendido além das fronteiras do estado e ser adotado em outras partes do Brasil”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em visita à Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti, uma das 13 do estado contempladas com o projeto original – fruto de convênio do Ministério com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).
De acordo com a ministra, a ideia é inserir a iniciativa no “Programa Mais Ciência na Escola”, lançado em junho. “A gente vai querer a Escola Solar como mais um instrumento de aprendizado para os estudantes brasileiros”, disse Luciana, ressaltando a aderência da iniciativa ao propósito do Programa Nacional, de ter “laboratórios mão na massa para fomentar a educação científica”.
A primeira fase do “Escolas Solares” recebeu investimento de R$ 1 milhão para a instalação de “laboratórios práticos de ensino” em 13 municípios do estado, onde conceitos teóricos de física, geografia, ciências e matemática vistos no Ensino Médio poderão ser aprendidos, na prática, com a ajuda de miniusinas de geração distribuída.
Os recursos são provenientes de uma emenda parlamentar do então senador da República Jean Paul Prates, idealizador da proposta, e foram alocados por meio de convênio firmado entre o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis e o Ministério. O montante contemplou a implantação dos chamados “kits solares” – o que engloba, entre outros equipamentos, a instalação das miniusinas e de estações solarimétricas portáteis – além do desenvolvimento de materiais didáticos e a capacitação de 41 professores/as dos municípios de Natal, Parnamirim, São Paulo do Potengi, Nova Cruz, Currais Novos, Caicó, São Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim, João Câmara, Macau, Pendências, Alto do Rodrigues e Mossoró.
“Esse é um projeto que ajuda a diminuir a conta de energia das escolas, mas, principalmente, que vai formar alunos e capacitar profissionais para empregos nessa indústria”, comentou Prates, que ressaltou ainda que “as emendas podem não servir para criar um programa nacional ou mesmo estadual, mas servem, certamente, para fazer uma semente como essa, do projeto, que depois pode escalar e chegar a todo o país”.
“O projeto está em fase de validação da metodologia que será aplicada nas escolas e será oficialmente entregue em março deste ano”, informou o diretor do SENAI do Rio Grande do Norte e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello.
O projeto foi implementado no início de 2022 e, desde então, envolveu etapas como importação de equipamentos, processo de liberação dos espaços necessários nas escolas, além de treinamentos de equipes que, segundo o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, “serão semeadores de conhecimentos sobre energias renováveis”.
Hudson Resende, do ISI-ER, detalhou que, por meio da iniciativa, conceitos teóricos poderão ser aplicados em oficinas práticas relacionadas às etapas de projeto, instalação e operação de uma usina solar real conectada à rede elétrica
“Esse projeto-piloto inovador integra os processos de aprendizagem da educação aos processos de implantação de tecnologia e informação envolvidos no desenvolvimento e instalação de uma usina solar, além de gerar energia contribuindo para a eficiência energética e sustentabilidade na escola”, explicou o pesquisador do ISI-ER, Hudson Resende, coordenador do projeto.
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