O UCB observa uma crescente demanda por armazenamento de baterias em vários setores no Brasil, incluindo aplicações fora da rede na Amazônia, irrigação agrícola e armazenamento de energia em escala de rede.
O vice-presidente da UCB Power, Marcelo Rodrigues, observa oportunidades especialmente na universalização para consumidores que ainda não têm acesso à energia, principalmente na região amazônica, na substituição da geração à diesel e no atendimento a consumidores que querem ampliar seu consumo sem aumentar as emissões de CO2 associadas.
“O mundo vai precisar produzir 70% mais alimentos até 2050, isso vai demandar 60% mais áreas irrigadas e 50% mais de energia. E o Brasil é um protagonista nessa agenda. A gente acredita que a evolução da agenda do Agro passa por uma revisão do consumo de energia. A distribuidora não vai conseguir dar essa resposta a tempo [para o aumento da demanda] então grande parte dos produtores estão buscando a sua própria forma de geração. Já vemos fortemente fotovoltaica entrando no mercado de Agro e a gente acha que a bateria agora tem esse papel regulador de utilizar melhor esse sistema”, diz Rodrigues à pv magazine.
A companhia forneceu baterias recentemente para um projeto agroflorestal que une essas tendências de consumo, na comunidade de Bauana, próxima ao município de Coari, no Amazonas, que não era atendida pela concessionária local.
A instalação possui potência fotovoltaica de 32,8 kWp e 80 módulos fotovoltaicos de 410 Wp, capacidade do banco de baterias de 153,6 kWh composto 32 baterias de 48 V/100 Ah, gerador diesel de 28 kW como back up, e um Sistema de Gerenciamento de Energia (EMS) com algoritmo de controle programável e de atuação autônoma para gerenciamento da melhor estratégia de operação híbrida da usina, fornecido pela NewCharge.
O projeto foi implementado porque a comunidade tinha acesso limitado à energia, dependendo apenas de geradores a diesel. Segundo Rodrigues, o projeto é considerado um protótipo para áreas remotas e de difícil acesso.
“Lá se produz óleo de andiroba para uma grande marca de cosméticos nacional, que gostaria de ser sustentável”, conta Rodrigues. “Mas muito mais que só ser sustentável, a conta fechou. Porque lá a única fonte de energia possível era o diesel e a gente percebeu a dificuldade de logística da comunidade e a oportunidade de transformar o negócio com esse sistema. A gente tá acostumado quando fala diesel a olhar o preço no posto. ‘Ah, está R$ 6,50 no posto em São Paulo’. Mas na Amazônia é outra realidade.”
A recente seca na região, dificultaria ainda mais o transporte do combustível, adiciona Rodrigues, o que aumenta a viabilidade de um sistema autônomo de solar com bateria. Anteriormente, era necessário manter um “estoque” de diesel para meses de consumo. “Agora o diesel permanece diesel mas com uma alternativa de último caso, porque a bateria não dá uma autonomia, ela tem um papel de ser o pulmão desse sistema, de buscar a eficiência. E a principal fonte de geração é a fotovoltaica”, comenta.
No caso de Bauana, uma comunidade situada em uma área de difícil acesso, a integração de baterias de íon-lítio e painéis solares fotovoltaicos é gerida de forma inteligente pelo EnerSmart EMS da NewCharge. Este software atua como o “cérebro” do sistema, monitorando em tempo real a geração solar, o armazenamento em baterias e o consumo de energia da comunidade. Dessa forma, o EnerSmart EMS maximiza o uso de energia renovável, minimizando a dependência de geradores a diesel e garantindo um fornecimento estável e eficiente.
“O Brasil tem 1,5 milhão de unidades produtoras agropecuárias do Brasil, se eu tirar as grandes fazendas muita coisa se encaixa nesse desenho da agrofloresta, com a possibilidade de pequenos produtores produzirem sua energia de uma maneira sustentável e economicamente viável”, comenta Rodrigues.
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