Greener aponta oportunidades em novos serviços para além da instalação fotovoltaica

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Além dos desafios que o mercado solar vem enfrentando, como o aumento no imposto de importação de módulos solares e as reprovas crescentes das concessionárias sob alegação de inversão e fluxo potência, a geração distribuída (GD) no Brasil está passando por um processo de amadurecimento acelerado, impulsionado pela transição energética e pela busca por maior eficiência no consumo de energia. Nesse contexto o papel do integrador deve evoluir para o de um provedor de soluções energéticas ao oferecer serviços complementares, como a manutenção de sistemas e a indicação de clientes para outros mercados de energia, por exemplo.

Ao atuar como um especialista, o integrador poderá analisar e implementar estratégias que otimizem o consumo de energia em residências, empresas e indústrias. O foco não é mais apenas a instalação de sistemas fotovoltaicos, mas também a identificação de soluções personalizadas, considerando eficiência energética, sustentabilidade e economia.

Além disso, o integrador pode ampliar seu impacto ao oferecer serviços complementares, como a manutenção de sistemas e a indicação de clientes para outros mercados de energia. Essa abordagem diversificada permite agregar valor ao cliente e explorar novas fontes de receita. De acordo com CEO da Greener, Márcio Takata, “o mercado de energia está em constante evolução, e sabemos que a inovação e a diversificação são essenciais para que cada integrador se mantenha à frente”, explica.

O último estudo da consultoria “Guia Novas Oportunidades em Energia Solar” aponta diversas oportunidades que estão surgindo para o integrador que está em busca de expandir seus horizontes e oferecer serviços além da instalação de sistemas fotovoltaicos convencionais.

Originação de clientes para gestoras de crédito em GD

A geração distribuída compartilhada, viabilizada por meio de consórcios e cooperativas, é um modelo que democratiza o acesso à energia solar. Nesse cenário, o integrador pode atuar como intermediário entre consumidores e gestoras de crédito, sendo responsável por captar clientes interessados em participar desses consórcios.

Os consumidores, que podem não dispor de espaço para instalação de sistemas fotovoltaicos próprios, aderem a usinas solares gerenciadas pelas gestoras e se beneficiam por meio da compensação de créditos de energia. O integrador, por sua vez, é remunerado por comissão sobre cada contrato fechado.

Segundo dados da Greener, 13% dos integradores já operam com esse modelo de indicação, mas o interesse em adotar essa abordagem é significativo entre aqueles que ainda não atuam no segmento. Além de atrair novos clientes, revisitar leads não convertidos é uma estratégia eficaz para aumentar o volume de negócios.

Gestão de crédito em GD compartilhada

Para os integradores que desejam assumir maior protagonismo, a gestão direta de créditos em GD compartilhada é uma excelente oportunidade. Nesse modelo, o integrador não só indica consumidores, mas também administra as usinas e gerencia os créditos de energia, oferecendo uma solução completa aos seus clientes.

Os formatos possíveis incluem:

  • Gestor-Gerador: O integrador é proprietário da usina, responsável pela geração, manutenção e gestão dos créditos.
  • Gestor-Mantenedor: Administra e realiza a manutenção da usina, sem ser o proprietário.
  • Gestor-ADM: Foca exclusivamente na gestão dos créditos, sem envolvimento na geração ou manutenção da usina.

Esse modelo oferece flexibilidade para o integrador escolher a extensão de sua atuação, ao mesmo tempo em que garante aos consumidores economia e previsibilidade nos custos de energia.

Representante varejista no Ambiente de Contratação Livre (ACL)

O Ambiente de Contratação Livre (ACL) é um mercado de energia em crescimento no Brasil, permitindo que consumidores negociem diretamente com comercializadoras. Os integradores podem atuar como representantes varejistas, conectando consumidores de alto consumo a comercializadoras e recebendo comissões pelas indicações.

Essa solução é especialmente vantajosa para consumidores do grupo A, que podem economizar de 15% a 30% na conta de energia, além de ter a possibilidade de adquirir energia de fontes renováveis. Essa atuação não apenas diversifica as fontes de receita do integrador, mas também reforça seu papel como um consultor energético confiável e estratégico.

Soluções de armazenamento de anergia

Com a crescente busca por independência energética e resiliência em relação à rede elétrica, o armazenamento de energia surge como uma solução de alto valor agregado. O integrador pode oferecer sistemas de armazenamento em combinação com soluções fotovoltaicas, tanto em configurações on-grid quanto off-grid.

Benefícios do armazenamento off-grid:

  • Suprimento de energia em locais remotos.
  • Redução do consumo de combustíveis fósseis, como o diesel.

Benefícios do armazenamento on-grid:

  • Backup energético em caso de falhas na rede.
  • Redução de custos com práticas como peak shaving e load shifting.
  • Melhoria na qualidade do fornecimento de energia.

O público-alvo desse tipo de solução geralmente possui demandas específicas, como fazendas, indústrias ou consumidores em áreas rurais, e é essencial que o integrador compreenda bem essas necessidades para oferecer propostas personalizadas.

Infraestrutura para carregamento de veículos elétricos

O mercado de veículos elétricos (VEs) está em plena expansão no Brasil, com uma projeção de 1,4 milhão de veículos 100% elétricos até 2030. Para atender a essa demanda, a infraestrutura de recarga precisa crescer significativamente, e os integradores podem desempenhar um papel crucial nesse cenário.

Ao associar estações de carregamento a sistemas fotovoltaicos, o integrador cria uma solução sustentável e econômica para consumidores residenciais, empresas e até postos de recarga públicos. Além disso, essa oferta permite que o integrador se posicione como um facilitador da mobilidade elétrica, alinhado às tendências globais de sustentabilidade.

O futuro do setor fotovoltaico no Brasil está repleto de oportunidades para integradores que desejam expandir suas atividades além da simples instalação de sistemas solares. Modelos de negócios como a gestão de créditos em GD compartilhada, o trabalho como representante no ACL, e a oferta de soluções de armazenamento e infraestrutura para veículos elétricos demonstram como a inovação e a diversificação podem fortalecer a posição do integrador como um parceiro estratégico na transição energética. Essas alternativas não apenas aumentam as receitas, mas também permitem uma abordagem mais abrangente e alinhada às necessidades específicas de cada cliente.

Ao adotar essas novas frentes, os integradores têm a chance de construir relações mais sólidas e duradouras com seus clientes, ampliando seu papel de provedores de soluções completas em energia. Essa diversificação também ajuda a enfrentar os desafios de um mercado competitivo, promovendo maior fidelização, diferenciação e impacto positivo no avanço de tecnologias sustentáveis no Brasil. O momento é de transformação, e os integradores que abraçarem essas mudanças estarão preparados para liderar no mercado de energia do futuro.

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