Solfácil destaca desafios regulatórios e impactos da eleição americana nos financiamentos solares

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As alegações das concessionárias de energia em relação à inversão de fluxo, que muitas vezes vão contra a legislação atual (Lei 14.300), são uma das grandes questões que afetam o mercado de energia solar no Brasil, avalia o gerente de key account da Solfácil, Rodrigo Silva. Em entrevista à pv magazine durante o evento 360 Solar, em Florianópolis, o executivo comentou sobre as questões regulatórias que impactam o setor, além dos resultados de seus últimos lançamentos. Em resposta a esses desafios, a empresa está buscando reforçar as estratégias voltadas à área de relações governamentais.

 

Outro fator que afeta os negócios no setor, segundo o executivo, é o cancelamento de financiamentos por parte de clientes residenciais. “Uma vez que o cliente finaliza o financiamento, ele tem sete dias para cancelar a operação. Porém, caso surjam problemas técnicos ou inviabilidades de projeto depois desse prazo, isso pode prejudicar tanto a Solfácil quanto os fundos de financiamento associados. Esse tipo de desgaste é grande e gera impactos para o fundo de créditos”, relata o executivo.

Parcerias e foco na qualidade para evitar a inadimplência

Rodrigo Silva, key account da Solfácil.

Imagem: Solfácil

Silva explica que existem três fatores principais que levam à inadimplência: os sociais, por equipamento ruim ou por erro de projeto. “Destes, não temos controle do fator social, mas conseguimos ajudar no fator de qualidade dos projetos, e principalmente ao oferecer equipamentos de alta qualidade como os da GoodWe, que é nosso principal parceiro. Com a GoodWe, temos menos do que 0,5% de taxa de falha. Nosso objetivo é zerar o risco de inadimplência por problemas de equipamento”, afirma.

Atualmente, a parceria com a GoodWe representa 80% das vendas da Solfcil. Desde 15 de setembro, a empresa passou a absorver a assistência e o estoque avançado da GoodWe, permitindo trocas de equipamentos de forma mais rápida. “Costumo dizer que o financiamento nos torna escravos da qualidade, pois são compromissos de longo prazo”, afirma o executivo. A baixa taxa de falha (menos de 0,5%) dos inversores GoodWe ajuda a manter os índices de inadimplência reduzidos, refletindo o foco da empresa em produtos duráveis e confiáveis.

Perspectivas de expansão e questões internacionais

Para o executivo, as instalações híbridas serão uma parte importante da expansão da Solfácil e do mercado como um todo. “A receita do ano que vem será a mesma deste ano, porém com mais aprendizados, como: não trabalhar com uma gama tão ampla de produtos. Muito melhor ter uma cobertura confiável para não ter rupturas, com um parceiro de qualidade”.

A empresa também está de olho na legislação brasileira e nas influências do cenário internacional, considerando fatores como a PL 624, que pode ajudar a mitigar distorções provocadas pela Lei 14.300.

Sobre o cenário internacional, Silva chama a atenção para o frete marítimo. O mercado americano já é muito protegido, o payback americano é um dos mais altos do mundo porque os equipamentos lá são muito caros, graças à barreira alta contra os equipamentos chineses. Por isso, o impacto da eleição é mais no sentido do dólar e do frete marítimo altos. Então, o ideal é esperar que o dólar não suba tanto mais. Vale também prestar a atenção na guerra da Ucrânia, pois o crescimento do mercado fotovoltaico na Europa está muito abaixo do projetado. Se Trump realmente resolver o conflito, talvez a Europa possa se movimentar um pouco mais”.

Lançamentos da Solfácil em 2024

Com um portfólio diversificado que abrange desde pequenos sistemas residenciais até grandes projetos empresariais, a Solfácil continua apostando na inovação e no atendimento de qualidade como pilares para a expansão da energia solar no Brasil.

Um dos grandes lançamentos deste ano foi o Parcelado Solfácil, um produto financeiro que facilita o pagamento para o cliente final e antecipa os recebíveis para os integradores. Essa opção de parcelamento visa aliviar problemas de fluxo de caixa dos integradores, ao mesmo tempo que amplia o acesso dos consumidores aos projetos de energia solar. O produto pode ser pago em até nove vezes, com entrada reduzida, ou em três vezes com 15% de entrada. O Parcelado Solfácil é flexível e permite que integradores ofereçam financiamento sem risco de inadimplência, com análise de crédito da Solfácil. Isso garante, por exemplo, um limite de crédito superior ao de muitos cartões de crédito convencionais.

Outro lançamento de destaque é o Ampera Consumo, dispositivo de monitoramento de dados de consumo em tempo real, que também calcula a economia gerada pelo sistema solar em reais. Além de mensurar dados de performance, a tecnologia oferece relatórios detalhados que podem até ajudar a contestar alegações de inversão de fluxo feitas pelas concessionárias. O Ampera traz ao cliente uma visão clara de como seu sistema está performando e oferece insights para otimizar o consumo. A empresa ainda considera uma atualização futura, que permitiria ao Ampera controlar a energia injetada na rede.

Além disso, a Solfácil oferece o Ampera Monitoramento, um dispositivo gratuito para integradores, que gera sua própria conexão 4G e pode reduzir a inadimplência em até três vezes. De acordo com Rodrigo Silva, gerente de key account, “cerca de 40% dos inversores perdem a conexão Wi-Fi nos primeiros dois anos, o que causa problemas de manutenção”. Com o Ampera Monitoramento, a empresa busca garantir a conectividade e reduzir custos de suporte para integradores e consumidores.

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