A Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) publicou recentemente a décima primeira edição do relatório “Renewable energy and jobs: Annual review” que aponta que o Brasil teve cerca de 1,57 milhão de empregos em energia renovável em 2023, sendo mais de 264 mil empregos relacionados ao mercado solar, alcançado o país a quarta colocação no ranking dos 10 maiores empregadores de energia solar atrás apenas da China, Estados Unidos e Alemanha. Em 2022, o país teve 247 mil empregos no setor solar fotovoltaico.
O relatório, produzido em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta que globalmente foram criados 16,2 milhões dos postos de trabalho em energias renováveis globalmente, sendo que 7,1 milhões são ocupados por integrantes da indústria fotovoltaica.
São 7,1 milhões de empregos solares fotovoltaicos em 2023, representando 44% da força de trabalho total de energia renovável do mundo. A China domina com 4,6 milhões de postos de trabalho, enquanto a UE ocupa um distante segundo lugar, com 720 mil postos de trabalho.
Expansão da capacidade instalada
Em 2023, a capacidade solar fotovoltaica global registrou expansão recorde: as adições atingiram 347 gigawatts (GW), 74% a mais do que o recorde anterior em 2022, graças a uma queda acentuada nos custos dos painéis e às políticas de apoio. A China respondeu por 63% da nova capacidade, ou 216,9 GW.
O restante dos dez principais instaladores (Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Índia, Espanha, Itália, Holanda, Japão e Austrália) adicionaram um total de 83,4 GW. A posição da China é tão dominante que suas adições de 2023 excedem em muito a capacidade cumulativa de qualquer outro país até o momento.
Solar amplia participação em empregos renováveis
Em 2023, os empregos em energia renovável chegaram a 16,2 milhões de empregos, acima dos 13,7 milhões em 2022. Só a China tem 7,4 milhões de empregos, ou 46% do total global. A União Europeia (UE) tem 1,8 milhão de empregos, o Brasil 1,57 milhão e os Estados Unidos e a Índia pouco mais de 1 milhão cada.
A tecnologia solar fotovoltaica teve uma participação de 43% nos empregos renováveis globalmente em 2023, contra 35% no ano anterior:
No Brasil, em termos de capacidade instalada, a energia hidrelétrica continua sendo a maior indústria de energia renovável do país, mas é muito menos dinâmica do que as indústrias solar e eólica e não é tão intensiva em mão de obra quanto o setor de bioenergia. A modelagem da Irena produz uma estimativa de 177.300 empregos em energia hidrelétrica. Tal como nos anos anteriores, o setor dos biocombustíveis foi o maior empregador em energias renováveis, tendo crescido fortemente em 2023, representando cerca de 994. 260 postos de trabalho. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de biodiesel, depois da Indonésia e dos Estados Unidos.
“A história da transição energética e seus ganhos socioeconômicos não deve ser sobre uma ou duas regiões. Se quisermos todos cumprir o nosso compromisso coletivo de triplicar a capacidade de energia renovável até 2030, o mundo deve intensificar o seu jogo e apoiar as regiões marginalizadas na eliminação das barreiras que impedem o progresso das suas transições. O reforço da colaboração internacional pode mobilizar mais financiamento para o apoio político e o reforço das capacidades nos países que ainda não beneficiaram da criação de emprego no domínio das energias renováveis”, disse o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera.
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