Em entrevista durante a Intersolar 2024, o CEO da Descarbonize Soluções, Nuno Verças, divide suas perspectivas do mercado solar para este ano, destacando os principais desafios e oportunidades que moldam o setor. A venda de equipamentos de baixa qualidade e a competição focada apenas em preço são grandes preocupações para a companhia:
Como você avalia o mercado solar esse ano, e quais são os desafios e oportunidades do setor?
Eu vejo que o mercado está voltando, mas o grande desafio hoje é que todo mundo está focado em vender preço, e poucos se preocupam com a qualidade dos equipamentos colocados na ponta. Querendo ou não, isso vai ter um preço.
Nós somos um exemplo de que essa importância de ser responsável pelos equipamentos vendidos no passado vai voltar. Por exemplo, no passado vendemos Refusol, numa marca alemã, e hoje somos responsáveis pela reparação destes equipamentos.
Na minha opinião, as grandes oportunidades hoje dizem respeito àquilo que está no início das operações, como os carregadores veiculares e as soluções de baterias, porque é um mercado que está no início. Há demanda para isso e a própria natureza tem nos ajudado a promover um pouco da necessidade de soluções de baterias.
Qual é a aposta da Descarbonize para a expansão da Sol Agora, Aldo Solar e LADO?
Vamos continuar a fazer o que sempre fizemos: cada pilar de negócio atenderá seus clientes, são três empresas com atividades distintas. A grande oportunidade de expansão para os três negócios é seguir por esses novos caminhos, seja pela construção de baterias, seja com carregadores veiculares. Também estamos desenvolvendo nossa visão para atender diretamente o cliente, e depois providenciar o lead para os nossos parceiros. Isso é um diferencial que temos, até pelas parcerias comerciais que estamos abrindo nos próximos meses.
Quais são as principais tendências em termos de negócios e novas tecnologias no setor?
Em termos de negócios, as oportunidades estão muito ligadas ao setor de armazenamento, tanto para as baterias de alta quanto de baixa voltagem, além dos carregadores veiculares.
Sobre as tecnologias, o que eu vejo é que atingimos um pico. Isso é bom, porém hoje vejo gente vendendo gato por lebre, negociando equipamentos que não entregam a potência, ou que se deterioram muito mais rápido. Há mais de 70 marcas disponíveis no país, e não será sustentável concorrer com estratégias assim. O meu conselho é que o integrador cuide do seu cliente, e que o cliente final se preocupe em avaliar bem os equipamentos. Minha luta neste momento é essa.
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