A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou a entrada de 2.456 novos consumidores no mercado livre de energia em julho, volume 272% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado. São indústrias e empresas, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios, que viram no ambiente a possibilidade de ter mais eficiência no seu negócio. Ao longo do primeiro semestre, migraram 9.065 empresas.
Quase 61% das migrações foram realizadas por meio da representação de um comercializador varejista, figura criada para facilitar o ingresso no segmento, gerenciar o dia a dia dos contratos e assumir os riscos inerentes à atividade de compra e venda de energia. Os consumidores com demanda abaixo de 500 kW devem necessariamente ser representados por um comercializador varejista no mercado livre.
O movimento é um reflexo da flexibilização dos critérios de acesso, que se iniciou em janeiro, com a abertura do segmento livre para todos os consumidores ligados na alta tensão. No mercado livre, o consumidor pode escolher o seu próprio fornecedor de energia e o tipo de fonte que quer contratar, comprar eletricidade sob demanda e negociar prazos e modelos de contrato.
Atualmente, o segmento representa aproximadamente 37% do consumo total de energia elétrica do Brasil e esse percentual deve aumentar nos próximos meses. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, cerca de 27,8 mil consumidores já informaram às distribuidoras sobre o desejo de migrar para o ambiente ao longo do ano de 2024.
A CCEE está protagonizando o desenvolvimento do futuro do varejo no mercado de comercialização. Em proposta enviada para análise do órgão regulador, a Câmara sugere o aprimoramento das regras do segmento livre e propõe a modernização do modelo de troca de dados no setor com o uso de API (Application Programming Interface, na sigla em inglês), o que vai permitir maior automatização e agilidade nos serviços. A organização já deu início aos primeiros testes destas soluções e todo o mercado terça a possibilidade, em setembro, de experimentar as funcionalidades.
Em julho, os principais ramos de atividades das empresas recém migradas para o mercado livre fora Saneamento (606), Serviços (543) e Comércio (483).
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