Brasil importou 10,7 GW de módulos fotovoltaicos no primeiro semestre de 2024

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De acordo com o mais recente Estudo Estratégico da Geração Distribuída (Estudo GD) elaborado pela Greener, empresa de referência em inteligência e consultoria no setor de energia solar, o Brasil alcançou um volume recorde de 10,7 GW de módulos fotovoltaicos nacionalizados no primeiro semestre de 2024. Em igual período de 2023, foram 8,2 GW. Esse volume reflete a crescente demanda no mercado brasileiro, tanto para a geração distribuída (GD) quanto para grandes usinas, consolidando a posição do país como um dos principais mercados globais para a energia solar.

No primeiro semestre de 2024, o mercado brasileiro de energia solar fotovoltaica continuou a expandir sua capacidade instalada, impulsionado por um volume recorde de importações de módulos. Entre os principais fornecedores globais, a JinkoSolar consolidou sua liderança com a maior participação, entregando 1.220 MWp em módulos. Seguindo de perto, a JA Solar e a TrinaSolar alcançaram 1.155 MWp e 1.070 MWp, respectivamente. Esses números refletem a forte demanda no Brasil, especialmente no mercado de GD, que continua sendo o principal motor de crescimento do setor.

Estrutura de custos de importação e nacionalização

O cenário de custos para a importação e nacionalização de módulos fotovoltaicos apresentou tanto estabilidade quanto desafios em 2024. O percentual de custos de nacionalização se manteve em 18,75% do preço CIF, o que demonstra uma estabilidade em relação aos meses anteriores. Contudo, os custos de frete tiveram um aumento expressivo, saltando para 8,17% do preço FOB, comparado a 3,8% no ano anterior. Esse aumento pode ser atribuído a flutuações no mercado de transporte marítimo e à crescente demanda global por componentes fotovoltaicos.

Outro fator importante a ser considerado é a influência das mudanças no ex-tarifários. Este regime permite que módulos fotovoltaicos importados com a habilitação do ex-tarifários estejam isentos da alíquota do Imposto de Importação, que é de 9,6% para os produtos sem esse benefício. A aplicação ou revogação dos ex-tarifários pode impactar significativamente os custos de nacionalização, influenciando as decisões de importadores e instaladores no Brasil.

Volume importado para GD e GC

O Brasil registrou um recorde no volume de módulos fotovoltaicos nacionalizados, totalizando 10,7 GW no primeiro semestre de 2024. Esse volume é o maior já registrado em um único semestre. Desse total, 70% (7,5 GW) foram destinados à geração distribuída, segmento que vem mostrando um crescimento consistente, aumentando sua participação em 5 pontos percentuais em comparação a 2023. O restante, 3,2 GW (30%), foi direcionado para geração centralizada, que também desempenha um papel crucial no mix energético brasileiro.

O primeiro trimestre de 2024 foi especialmente notável, com 5,6 GW de módulos nacionalizados, marcando o maior volume trimestral da história. Esse número representa um aumento de 59% em relação ao mesmo período de 2023, quando o mercado experimentou uma queda no volume importado. Esse crescimento pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo políticas de incentivo, maior disponibilidade de financiamento e a queda nos preços dos insumos.

Preço dos insumos e tecnologias

O primeiro semestre de 2024 também foi marcado por significativas variações nos preços dos insumos utilizados na fabricação de módulos fotovoltaicos. O preço do polissilício, um dos principais materiais na produção de células solares, atingiu seu nível mais baixo desde o início do ano, com uma queda de 40% entre janeiro e junho de 2024. Essa redução foi impulsionada por uma oferta crescente, que superou a demanda do mercado global.

No que diz respeito às tecnologias utilizadas, as células n-type, mais avançadas e eficientes, ganharam espaço no mercado, representando 64% do market share na China em junho de 2024. Essa tecnologia, que oferece maior durabilidade e eficiência em comparação às células p-type, está se tornando cada vez mais prevalente nas novas instalações fotovoltaicas, refletindo uma tendência global de adoção de tecnologias mais modernas e eficientes.

Evolução da potência instalada em GD

O Brasil alcançou uma marca significativa de 30 GW de potência instalada em Geração Distribuída até junho de 2024, confirmando a contínua expansão do setor. Com 4,2 GW no semestre, houve um crescimento de 27% em relação ao semestre anterior (3,3 GW) indica uma recuperação robusta, embora o volume instalado ainda tenha sido 16% inferior ao registrado no mesmo período de 2023 (5 GW). Esse cenário destaca a volatilidade do mercado, que, apesar das flutuações, continua crescendo em um ritmo acelerado, impulsionado por uma forte demanda dos consumidores e melhorias tecnológicas.

Além disso, a adesão à GD se espalhou por todo o país, com 99,6% dos municípios brasileiros contando com pelo menos um sistema fotovoltaico em operação até junho de 2024. A expansão desse mercado também pode ser medida pelo número de sistemas conectados à rede, que chegou a 2,7 milhões, com quase 4 milhões de Unidades Consumidoras (UCs) recebendo créditos de energia.

Redução dos custos e no payback

O primeiro semestre de 2024 foi marcado por uma significativa melhoria no payback dos investimentos em sistemas fotovoltaicos, beneficiando investidores e consumidores. Houve uma redução de 10% no payback em comparação a janeiro de 2024 e uma queda de 22,5% em relação a junho de 2023. Essa melhora é atribuída principalmente à redução do CAPEX, influenciada pela queda nos preços dos insumos e pela maior eficiência dos sistemas.

O custo médio de um sistema de 4 kWp caiu 8% no primeiro semestre, com o preço final chegando a R$ 11.700 em junho de 2024, comparado aos R$ 12.680 em janeiro. Os serviços de integração para micro GD também mostraram sinais de recuperação, embora os preços ainda estejam abaixo dos níveis praticados entre 2022 e 2023.

Investimentos em Geração Distribuída segue crescente

O setor de Geração Distribuída Solar recebeu investimentos expressivos, totalizando R$ 11 bilhões no primeiro semestre de 2024. A região Sudeste foi a principal receptora desses recursos, concentrando cerca de um terço dos investimentos realizados no período. Esse fluxo de capital reflete a confiança dos investidores no mercado solar brasileiro, impulsionado por políticas favoráveis e uma crescente demanda por energia limpa e sustentável.

A versão completa do Estudo Estratégico da Geração distribuída pode ser acessada aqui.

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