Array Technologies soma mais de 40% de projetos em usinas híbridas com energia solar e eólica

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Com mais de 700 projetos com rastreadores solares, também chamados de trackers, a Array Technologies já soma cerca de 10 GW de participação em usinas de geração distribuída e centralizada no Brasil. A companhia também forneceu seus trackers – que contribuem para gerar até 37% a mais de eficiência do que os sistemas fixos – para a construção de três usinas híbridas no Brasil, localizadas em Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. Hoje, a hibridização já corresponde a 40% dos projetos da empresa.

Recentemente, a Array encontrou nas usinas híbridas uma oportunidade de atender à demanda por energia de forma mais eficiente. A hibridização de usinas para a geração de energia solar e eólica representa 89,9% da capacidade acrescentada em 2023, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME).

Segundo o diretor geral Latam da Array Technologies, Vinicius Gibrail, “a complementaridade entre energia solar e eólica é estratégica para compensar a sazonalidade de cada fonte. O solar vem complementando as usinas eólicas no Brasil, aproveitando a estrutura pré-existente e complementando a produção diária, enquanto a eólica tende a ser mais forte durante a noite, maximizando o aproveitamento dos recursos. Assim, a curva de transição de disponibilidade de carga entre o período diurno e noturno se torna muito próxima, fazendo com que o sistema trabalhe de forma mais harmônica, consistente e otimizada”.

Usina Serra do Mato: uma das primeiras simbioses entre solar e eólica no país

Construída em parceria com a francesa Qair, produtora independente de energia, a Usina Serra do Mato é uma das primeiras usinas híbridas no Brasil. O projeto corresponde à expansão do complexo híbrido Serrote, localizado no município do Trairi, Ceará. Possui 29 aerogeradores, com capacidade total de energia de 121,8 MW. Já a fase solar-fotovoltaica do complexo, tem a capacidade de 101 MW. Ela foi comissionada no final de 2023 e a missão da Array foi a de construir uma solução de geologia que não reduzisse a porcentagem de Capex [sigla em inglês para Capital Expenditure, ou Despesas de Capital, em tradução livre ao português] de balanço do sistema que a Qair havia estimado para uma mesma potência dentro da energia eólica.

“Para isso, a Array dimensionou um equipamento que apresentou menos movimentação de terra, e que possibilitou uma cravação mais simplificada para lidar com o terreno desafiador. E conseguimos fazer isso com a Qair, o que nos enche de orgulho”, explica Gibrail.

Diretor geral Latam da Array Technologies, Vinicius Gibrail

Imagem: Array Technologies

Desafios de construir uma usina híbrida

É fato que a energia eólica chegou antes. Porém, o Brasil é uma região de ventos baixos, que não viabiliza depender apenas da usina eólica. Portanto, a construção de usinas híbridas exige um estudo sobre como criar uma vantagem em cima da estrutura pré-existente.

Para isso, o executivo detalha que o primeiro ponto é pensar na viabilidade da estrutura financeira, como a flutuação da moeda e a taxa de juros. “O preço da energia e a alta do dólar vão diretamente contra os benefícios possíveis de se alcançar em uma negociação de TPA em reais. O mercado poderia ser o melhor de dois mundos se tivéssemos um dólar mais barato e mais disponibilidade de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Hoje, temos o Capex mais barato do setor solar, e isso é o que ainda ajuda a manter o setor resiliente”.

Oportunidades e expectativas para os próximos anos

Ainda que os desafios existam, Gibrail garante que o mercado de usinas híbridas é altamente vantajoso. O interesse crescente de grandes investidores e o aumento da demanda por este tipo de projeto indicam uma oportunidade para o desenvolvimento tecnológico e a inovação no setor de energia brasileiro, impulsionando a economia, gerando empregos qualificados e posicionando o país como um líder global em energia de fontes renováveis.

Além disso, conforme apontado pelo executivo, as usinas híbridas podem aproveitar melhor a infraestrutura existente, compartilhando subestações, linhas de transmissão e outros recursos, o que resulta em uma redução nos custos de implantação e operação, impulsionando a sustentabilidade e fortalecendo a resiliência do sistema elétrico, especialmente em regiões onde uma única fonte de energia pode ser inconsistente.

“Sem dúvida nenhuma, é um excelente negócio. A regulação dessa nova modalidade de negócio foi criada em um momento de muito desafio no mercado brasileiro, tanto pela questão de energia, quanto pela questão de câmbio e disponibilidade de financiamento. Nós encontramos uma oportunidade de diversificar nosso negócio, vendendo a mesma coisa para o mesmo cliente, mas em um eixo diversificado de viabilidade. A hibridização mostra, mais uma vez, a criatividade, a resiliência e o dinamismo do mercado brasileiro”, afirma Gibrail.

O executivo explicou à pv magazine que “ainda não vimos todo o potencial deste mercado. Tivemos uma nova incursão de consumidores no mercado livre de energia, o que é um layer importante, mas o mercado ainda vai mostrar toda a sua capacidade. Acredito que isso acontecerá quando enxergarmos um Brasil em que todo e qualquer consumidor tenha a possibilidade de comprar energia no mercado livre. E nós da Array apostamos muito em tecnologia para que, quando esse momento chegar, sejamos capazes de atender esse novo cenário”.

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