A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Itaipu Binacional e o CIBiogás assinaram na última segunda-feira (12/08) um memorando de entendimento com o objetivo de desenvolver estudos técnicos que promovam e fortaleçam a emissão de ativos ambientais no Brasil, em prol do mercado de Certificados de Energia Renovável (REC’s, na sigla em inglês).
A iniciativa é o primeiro passo de um conjunto de ações que também se estenderão para os segmentos de créditos de carbono e green bonds. Ao longo dos próximos dois anos, os parceiros pretendem realizar intercâmbios e elaborar estudos que servirão de base para o fortalecimento destes setores.
As certificações seguirão critérios como governança e qualidade, incluindo regras de entrada, manutenção e saída, analisar soluções para troca de dados na emissão de certificados, e a prevenção de dupla contagem e duplicação de atributos ambientais, entre outros. O entendimento pretende ainda elevar o valor agregado dos REC’s brasileiros e elaborar instruções para a conexão entre as plataformas tecnológicas.
No Brasil, 3,6 GW de usinas solares, incluindo geração distribuída e centralizada, estão habilitados para emitir certificados, chamados também de I-REC’s. Ao todo, 140 usinas estão habilitadas, sendo que 45, que somam 110 MW, têm capacidade instalada de até 5 MW cada. Cada I-REC equivale a 1 MWh de energia renovável produzida. Os certificados podem ser comercializados pelas geradoras para consumidores que pretendem atestar ou cumprir metas de sustentabilidade e diminuir ou neutralizar sua pegada de emissões de carbono. Em 2024, até junho, 23 usinas solares registraram a emissão de mais 167.937 I-RECs na plataforma da Evident, subsidiária do I-REC Services.
“Temos uma matriz energética limpa e renovável. Impulsionando o mercado de RECs, firmamos o Brasil como provedor de soluções de baixo carbono para outras nações”, afirma o diretor financeiro da Binacional, André Pepitone.
“Entendemos que o Brasil pode liderar um posicionamento global na transição energética aproveitando sua capacidade de geração de energia renovável e compatibilizando os ativos energéticos aos ativos ambientais, reduzindo emissões e atingindo novos mercados e novos negócios com a valorização dos REC’s e do mercado de Carbono. Para nós do CIBiogás, é uma honra concretizar esta parceria e posicionar as energias renováveis, especialmente o biogás e biometano na rota deste mercado que tem grande potencial no nosso país”, diz o diretor presidente do CIBiogás, Rafael González.
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