A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avaliará a partir da próxima segunda-feira (22/07) as propostas de projetos que foram submetidos à Chamada Estratégica de Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI 023/2024): Hidrogênio no Contexto do Setor Elétrico Brasileiro. Os projetos irão impulsionar este que é um dos grandes vetores da transição energética, o hidrogênio.
Serão apresentadas 24 propostas, sendo 19 na modalidade “plantas piloto” (que totalizam mais de 100 MW em plantas para produção de hidrogênio a partir de fonte de baixo carbono) e 5 na modalidade “peças e componentes” (focada no desenvolvimento e nacionalização de tecnologias para a cadeia do hidrogênio). O valor previsto de investimento, considerando as 24 propostas, é de R$ 2,7 bilhões, o que representa o maior volume já investido em uma Chamada de Projetos Estratégicos. Desse total, as empresas propõem investir um total de R$ 1.158.411.629,17 em contrapartidas. Tratam-se de recursos provenientes de fontes externas ao PDI/ANEEL, representando aproximadamente 41,95 % do investimento total, indicando importante comprometimento das entidades parceiras com os resultados dos projetos, potencializando ainda mais os recursos aportados pelo PDI ANEEL.
As iniciativas foram desenvolvidas por 10 empresas proponentes juntamente com 40 cooperadas, 33 entidades executoras e 23 instituições parceiras de todo o País. As propostas visam à total integração com a indústria, com soluções que beneficiam principalmente os setores petroquímico, siderúrgico, alimentício, papel e celulose. Confira um resumo das propostas por modalidade de projeto:
1. Planta Piloto (PP):
- Quantidade de propostas: 19
- Potência Nominal: 131,74 MW
- Valor total: R$ 2.684.807.564,93
- Contrapartidas: R$ 1.149.849.440,94
- Tecnologias: A maioria das propostas propõe o uso da eletrólise, com variações entre eletrólise não especificada (11 propostas), eletrólise PEM (6 propostas) e eletrólise alcalina (2 propostas).
- Usos finais: Indústria (12 propostas), Amônia/Fertilizantes (2 propostas), Universalização do acesso à eletricidade (2 propostas), Power-to-X (Combustíveis Sintéticos), Mobilidade/Eletricidade, e Gas Blending (injeção em redes de gás convencionais).
2. Peças e Componentes (PC):
- Quantidade de propostas: 5
- Valor total: R$ 76.428.632,35
- Contrapartidas: R$ 8.562.188,23
- Tecnologias: Reforma a Seco – Plasma, Hidrogênio Comprimido, Hidretos Metálicos, Infraestrutura para Eletrolisadores, e Equipamentos de Certificação.
- Usos finais: Produção de Hidrogênio e Subprodutos, Armazenamento de Hidrogênio, Infraestrutura Elétrica, Infraestrutura de Medição, Verificação e Rastreamento.
As propostas passarão por avaliação criteriosa da ANEEL entre os dias 22 e 26/7 e a expectativa é que sejam aprovadas pela Diretoria da ANEEL dentro de 50 dias, caso sejam cumpridos todos os requisitos.
Importância do Hidrogênio e do PDI
Trata-se de um combustível limpo, que não emite gases de efeito estufa, tanto no seu uso como na sua produção, quando obtido a partir das fontes renováveis de energia. Além disso, tem a vantagem de poder ser armazenado e transportado. É por isso que, no Brasil, o potencial do hidrogênio ganha ainda mais relevância à luz das fontes renováveis que vêm dominando nossa matriz elétrica, com 84% de participação. Apenas no primeiro semestre de 2024, as novas usinas de fontes eólica e solar representaram impressionantes 92,3% do total que entrou em operação.
O hidrogênio emerge no País como mais um potencial avanço nesse processo do qual o Brasil já é um dos protagonistas globais. Além de aliar sustentabilidade, descarbonização e contenção de mudanças climáticas, ele traz inúmeros benefícios econômicos e sociais que extrapolam o setor elétrico. O hidrogênio se torna um aliado em diversos setores de difícil descarbonização, cria oportunidades de negócio, gera empregos e agrega valor a toda a cadeia produtiva na indústria. Esses são justamente os objetivos-chave do “Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação” regulamentado pela ANEEL. Dentro desse exitoso Programa, as Chamadas de Projetos Estratégicos focam em temas emergentes e com elevado potencial de geração de conhecimentos, criação de soluções para problemas complexos e superação de desafios tecnológicos inéditos. Adicionalmente, os projetos estratégicos contribuem para a criação de grandes redes de inovação entre empresas, academia, governos e start-ups, entre outras entidades envolvidas.
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