Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica lidera projeto para produção de células de íons-lítio

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O Instituto Senai de Inovação (ISI) em Eletroquímica vem liderando uma iniciativa de fabricação local de células de íons de lítio para alcançar a independência tecnológica na produção de baterias, essenciais para dispositivos eletrônicos, veículos elétricos e híbridos.

Para isso, a iniciativa contará com a participação de 27 empresas de diferentes setores industriais, incluindo gigantes como Petrobras, Stellantis, Volkswagen, GM, WEG, TUPY, CBA e CNH. A aliança industrial visa apoiar no desenvolvimento de toda a cadeia de valor, desde a mineração até a fabricação de componentes.

O projeto será desenvolvido ao longo de três anos e contará com recursos do programa Rota 2030 advindos do Senai Nacional e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), com contrapartida financeira de todas as empresas participantes.

Ao todo, serão R$ 68,8 milhões destinados ao projeto, que também terá o apoio de Instituições parceiras como o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), Lactec, Centro Técnico de Embalagens (CETEM) e Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados.

O projeto surgiu das discussões dentro do Grupo de Trabalho em baterias de íons-lítio (GT-7), no âmbito do Made in Brasil Integrado (MiBI), rede colaborativa para aumento da produtividade e da competitividade do setor, instituído em 2021 pelo Governo Federal.

Independência tecnológica e escala industrial

O pesquisador-chefe do ISI em Eletroquímica, Marcos Berton, conta que atualmente o Brasil é 100% dependente de importação dessas baterias. Considerando esse cenário, o conjunto de empresas está engajado em obter o domínio tecnológico da produção de células de íons-lítio nas geometrias cilíndrica e prismática.

“Todos entenderam que é estratégia de Estado ter o domínio tecnológico da produção de células de íons-lítio e, ao mesmo tempo, apoiar no desenvolvimento da cadeia de valor, que passa pela mineração, pela transformação de minerais em metais e compostos químicos, o refino e a fabricação de componentes”, explica.

Este esforço colaborativo busca elevar o nível de maturidade tecnológica (TRL) e de fabricação (MRL) para um estágio próximo à escala industrial. O desafio é grande, mas os objetivos são claros: reduzir a dependência de importações, fortalecer a economia nacional e colocar o Brasil na vanguarda da tecnologia de baterias de íons-lítio.

O desenvolvimento das células de bateria será operacionalizado pelo Instituto Senai de Inovação (ISI) em Eletroquímica em uma planta piloto instalada no Campus da Indústria, em Curitiba, no Paraná.

Após a conclusão do projeto, será possível auxiliar as indústrias nacionais a desenvolverem seus processos, materiais, componentes, produtos e protótipos envolvendo células de íons-lítio ou módulos e packs.

Este projeto estruturante não só posiciona o Paraná e o Brasil como pioneiros na produção de baterias de íons-lítio, mas também impulsiona a competitividade do setor automotivo nacional, alavancando a economia e criando um futuro mais sustentável.

Com novos programas de incentivo à industrialização verde, o Brasil pode estar se aproximando da fabricação local de células de baterias de lítio, fechando uma lacuna entre a extração do minério e a fabricação de veículos elétricos, atividades que já acontecem no país. Desde 2023, a Sigma Lithium iniciou a exportação de lítio verde do Brasil para fabricantes de baterias na China, enquanto empresas como BYD, Wolkswagen e Marcopolo montam no país veículos elétricos pesados que receberão as baterias importadas.

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