Geração distribuída deve atingir 58,8 GW de capacidade instalada até 2034, segundo estudo da EPE

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No Caderno da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), parte dos estudos do novo Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2034), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estimou que a micro e minigeração devem acumular entre 47 GW e 71 GW em 2034, a depender do cenário. No cenário de referência, a EPE projeta 59 GW instalados até 2034, que atenderão mais de 7 milhões de unidades consumidoras e R$ 116,6 bilhões de investimentos entre 2024 e 2034.

O cenário de referência para a expansão da considera que os sistemas GD serão cobrados de 100% TUSD Distribuição a partir de 2029, conforme o que está previsto na Lei 14.300. Isso implica que cerca de 50% dos demais custos tarifário, como encargos, taxa de transmissão, perdas e outros, continuarão sendo descontados através dos créditos de geração distribuída.

Já o cenário superior, que simula uma compensação de energia a partir de 2029 igual sobre toda a tarifa, como era a compensação original de 1 para 1, resulta em 70 GW acumulados, com quase R$ 50 bilhões a mais de investimentos adicionais do que no caso base do estudo.

No cenário inferior, que simula uma compensação a partir de 2029 somente da parcela TE Energia, os investimentos seriam de R$ 70 bilhões no mesmo período, chegando a 46,9 GW acumulados.

Taxas internas de retorno crescentes

Considerando o cenário de referência a tendência é de crescimento da taxa interna de retorno dos projetos, especialmente para os consumidores comerciais na baixa tensão, com uma TIR real acima de 40%, na mediana das projeções. As piores taxas seriam para os consumidores comerciais na geração remota, fora da unidade de consumo:

Simulações para projetos típicos, considerando investimento com 100% de capital próprio. Os resultados são sujeitos a variações em casos específicos.

Cenário atual e tendências: SP domina entre os estados e residenciais seguem liderando

Atualmente a GD acumula 30 GW de capacidade instalada no Brasil e atendeu cerca de 8,5% do consumo cativo nacional, chegando a quase 20% em algumas distribuidoras do Brasil, segundo a EPE. Em 2023, pelo terceiro ano seguido, a fonte solar distribuída superou a expansão de todas as demais fontes, em termos de capacidade instalada, com 8 GW conectados, seguidos de 4,9 GW de eólicas e 4 GW de usinas solares centralizadas.

Dos 30 GW atualmente em operação, um terço está concentrada em dez estados. São Paulo, atualmente com 4 GW, deve ampliar a liderança acumulando 10,9 GW até 2034, no cenário de referência da EPE. Minas Gerais, que vinha revezando o topo da lista dos estados com maior capacidade acumulada, deve chegar a 5,7 GW no mesmo período, de 3,9 GW atualmente.

Os sistemas residenciais devem seguir liderando o mercado, com a expectativa de chegar a mais de 22 GW de potência em 2034, de cerca de 14 GW atualmente. Já os consumidores comerciais na baixa tensão devem acumular uma capacidade instalada de mais de 17 GW, saindo de 8 GW atualmente.

O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 apresenta as perspectivas da expansão do setor de energia para os próximos 10 anos, considerando o período de 2025 a 2034, mantendo uma visão integrada para os diversos energéticos. Os estudos que compõem o plano, publicados em cadernos temáticos, subsidiam decisões de política energética.

No caderno, a EPE destaca que a possibilidade de abertura gradual do mercado livre para todos os segmentos gera incertezas sobre o futuro da geração distribuída, já que o consumidor terá a oportunidade de escolher outros fornecedores de eletricidade além da distribuidora, com a possibilidade de contratar planos personalizados e possivelmente com economia. “Nesse contexto, a geração distribuída passa a ter um concorrente, uma vez que, atualmente, consumidores livres não podem fazer parte do sistema de compensação de energia”, avalia a EPE.

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