A Aneel autorizou a distribuidora de energia do Paraná, a Copel, a testar duas tarifas diferenciadas para proprietários residenciais de veículos elétricos plug-in. As duas tarifas terão componentes temporais, para refletir as condições de oferta de capacidade da rede e de geração do sistema. As tarifas serão testadas como parte de um sandbox tarifário autorizado pela Aneel, como uma exceção à regulação para testar novos modelos.
Uma das modalidades tarifárias a ser testadas, é a cobrança monômia, aquela sem distinção entre as parcelas que compõem o preço final, com três postos tarifários (ponta, fora ponta e madrugada). A outra é a cobrança binômia, com parcela de demanda (R$/kW) referente aos custos de Fio B e Fio A, e parcela volumétrica horária (ponta, fora ponta e madrugada) para os demais componentes de custo.
Entre os resultados esperados do projeto, está a possibilidade de evitar a sobrecarga da rede elétrica devido ao carregamento de muitos veículos elétricos ao mesmo tempo e o incentivo para que os veículos sejam carregados em horários de menor demanda, como na madrugada, a partir de uma tarifa diferenciada. Além disso, espera-se também que o projeto contribua de alguma maneira com o fomento da indústria de veículos elétricos e de infraestrutura de recarga.
O projeto será implementado em toda a área de concessão da Copel-Dis, com a necessidade da busca ativa por consumidores possuidores de veículos elétricos do tipo plug-in. Considerando a quantidade de veículos elétricos e a modalidade de adesão opt-in, foi estimada a quantidade mínima de 125 unidades consumidoras e ideal de 499 consumidores participantes. Contudo por uma questão de concentração da distribuição dos proprietários de veículos elétricos, o experimento fica restrito aos municípios de Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu, que contêm mais de 80% da frota de veículos elétricos do estado do Paraná.
O projeto considera um prazo de execução de 30 meses, sendo o período de aplicação das tarifas não inferior a 12 meses. O custo está orçado em R$ 4 milhões e contrapartidas em R$ 340 mil referentes à instalação dos medidores inteligentes.
Aprovação da Aneel
De acordo com a decisão da Aneel, o sandbox tarifário da Copel, assim como outros dois autorizados pela agência na semana passada, deve ser acompanhado pelo Projeto de Governança de Sandboxes Tarifários, mediante prestação de informações periódicas por parte das distribuidoras e executoras e participação em reuniões e grupos de trabalho. Os sandboxes também devem seguir a Lei Geral de Proteção aos Dados.
A diretoria da Aneel também aprovou a criação de ambiente regulatório experimental, temporário, para que ocorram as experimentações de modalidades tarifárias e faturamento diferenciado, nos termos dispostos nas minutas de Resoluções Autorizativas. Também ficou estabelecido que a área técnica de regulação tarifária deverá publicar, por meio de despacho, as tarifas experimentais associadas a cada sandbox tarifário.
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