A Malta Rio Industrial, uma das principais consumidoras de aço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está entrando no mercado solar coma criação da Galileo, na fabricação de estruturas de montagem de sistemas solares fixos. A Galileo é comandada por ex-diretores da Solar Group, que também atua no segmento.
A Malta Rio ocupa uma área de 43 mil metros quadrados para o beneficiamento de aço, incluindo galpões produtivos, centros de distribuição e operações comerciais em Barra Bonita (SP), Pinheiral (RJ) e Betim (MG). Além disso, conta com três centros de distribuição na América Latina e emprega 430 pessoas diretamente, com dois mil empregos indiretos. A companhia viu no segmento solar uma oportunidade de crescimento, abrindo a Galileo como uma nova unidade de negócios.
“A Malta já atendia alguns players do mercado e apareceu a oportunidade de terem uma unidade própria. Eles já dominam o beneficiamento do aço beneficiamento e a gente tem o conhecimento do mercado solar e dos clientes”, conta o fundador e diretor Comercial e de Marketing da Galileo, Norberto da Costa, à pv magazine.
As 17 mil toneladas de aço processadas mensalmente pela Malta Rio serão uma vantagem competitiva da Galileo, já que além do domínio do processo produtivo a companhia ganha em escala nos pedidos da matéria-prima, dizem os sócios.
“A gente identificou várias dores de quem está no campo e buscamos solucionar essas dores. Por exemplo, lidar com diferentes tamanhos de parafuso, a estrutura muito baixa quase tocando o solo que obriga a fazer a capinagem com mais frequência”, disse Costa. O projeto da estrutura de fixação da empresa é padronizado para facilitar a montagem e todos os parafusos necessitam de apenas um torque. “E o sistema é extensível, não tem limite de mesa, é possível fazer até 240 módulos. Ou seja, uma fileira de uma mesa com 120 embaixo 120 em cima”, detalha Costa.
A maior parte da produção fica em Pinheiral, ao lado de Volta Redonda, onde está localizada a CSN. “A CSN acaba de fazer as bobinas é só atravessar a ponte e já está na nossa unidade. São cerca de 27 mil metros quadrados e a Malta Rio adquiriu um outro galpão para fazer a ampliação, estão concretando o solo”, conta o diretor da Galileo.
Em Barra Bonita, no interior de São Paulo, à mais ou menos umas três horas da capital, onde também está sendo realizada uma ampliação de mais cerca de 8 mil metros quadrados, ficam expostos os produtos desenvolvidos pela Galileo. Além da estrutura de fixação para usinas em solo, a companhia também oferece o carport para estacionamentos e garagens, estruturas de fixação para sistemas off-grid, estruturas de fixação em alumínio para telhados e prepara para o final do ano o lançamento do próprio sistema de rastreamento solar.
A companhia está negociando o fornecimento das estruturas de montagem com um “grande distribuidor do Nordeste” e já tem um acordo estratégico com a UCB para fornecer estruturas fixas para sistemas off-grid da companhia em comunidades ribeirinhas na Amazônia. As estruturas fixas para esses sistemas off-grid suportarão três módulos em cima e suporte para a bateria e o controlador.
Costa destaca que a ideia é trazer excelência para o setor não somente na parte de materiais. “Porque logicamente uma estrutura tem que ter boa qualidade, mas também serviço em atendimento ao cliente e garantias financeiras, porque quando você entra nesse mercado é necessário ter a capacidade produtiva e financeira de atender os pedidos que começam a entrar”, comenta. Os contratos de fornecimento da companhia, com uma garantia de 40 anos, determinam inclusive penalidades em caso de descumprimento das metas de qualidade e tempo de entrega.
Com um período de entrega em 20 dias, a companhia mantém um estoque estratégico. “Sempre temos 18 megawatts mínimos em pronta entrega e isso vai passar para 40 MW a 50 MW quando a unidade do Rio de Janeiro tiver passado pela reforma, em agosto”, detalha Costa.
A estrutura de solo fixa pode ser fabricada com o aço Core 420, que tem uma aparência rústica, com uma pátina natural do próprio aço que o protege de oxidações. “Ele começa com tom amarelo, um vermelho alaranjado e conforme vai passando os anos ele vai ganhando uma coloração mais escura. É um aço que foi inventado em 1932 para servir na engenharia e arquitetura para ficar exposto às intempéries. Agora, com as novas tecnologias e os novos recursos de fabricação, ele fica com um preço bastante competitivo para entrar no solar e nós temos essa facilidade, como o terceiro maior cliente da CSN, de comprar com prioridade e competitividade que um outro cliente não teria”, comenta o diretor da Galileo. A companhia também trabalha com aços dos tipos civil 300, ZAR 275 e ZAR 375.
O parque fabril da Malta Rio envolve sete máquinas slitter para 7 mil toneladas, cinco perfiladeiras para 3 mil toneladas por mês, seis planadores, duas laminadoras para 8 mil toneladas de aço por mês.
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