Em reunião com o governador do Ceará Elmano de Freitas, na quarta-feira (12/06), no Palácio da Abolição, executivos da FRV, empresa de desenvolvimento de energia renovável do grupo Jameel Energy, detalharam o projeto que a companhia pretende desenvolver no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). A FRV é uma das seis empresas que já assinaram pré-contratos com o Governo do Ceará para a produção de hidrogênio verde (H2V) e seus derivados no estado.
Chamado de H2 Cumbuco, o projeto consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático. A empresa estima investimento de aproximadamente R$ 27 bilhões, além da geração de cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação – números correspondem às fases 1 e 2 do empreendimento. A capacidade estimada de produção é de 2 GW em sua totalidade.
A primeira fase do projeto contempla uma capacidade de 500 MW de eletrolisadores, produzindo 400 mil toneladas de amônia por ano com um investimento de R$ 7 bilhões. Na segunda fase será acrescentada uma capacidade de 1,5 GW de eletrolisadores, aumentando a produção em 1.200.000 toneladas de amônia para atingir um total de 1.600.000 toneladas por ano. Esta fase exigirá um investimento adicional de R$ 20 bilhões.
“Seguramente a gente deve começar em 2027 a construção. Isso demoraria em torno de dois a três anos. A operação começaria mais ou menos em 2029 e 2030”, disse o diretor-geral da FRV América do Sul, Manuel Pavon. O executivo destacou a localização estratégica do Porto do Pecém em relação aos EUA e Europa.
A produção do projeto, segundo a empresa, será realizada sob os rigorosos requisitos da regulamentação europeia e a um custo muito competitivo, com foco na viabilidade e sustentabilidade do projeto. O projeto utilizará energia renovável água de reuso, ou seja, águas residuais urbanas tratadas, reforçando seu caráter circular e sustentável – a FRV também assinou um memorando de entendimento com a Utilitas Pecém, iniciativa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) com PB Construções voltada a oferecer para as indústrias soluções sustentáveis e inovadoras em infraestrutura e saneamento básico.
“Essa água de reuso vai gerar uma economia circular e não vai competir com o abastecimento humano. Tivemos muitas tratativas anteriores a esse momento”, disse o presidente da Cagece, Neuri Freitas.
Além da FRV, o estado conta com outros cinco pré-contratos assinados, com as empresas AES, Casa dos Ventos, Fortescue, Cactus e Voltalia. Até o momento, também foram assinados 37 memorandos de entendimento com empresas brasileiras e internacionais.
O governador destacou o impacto do empreendimento para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “O Porto do Pecém é uma área de riqueza. Nós queremos ter desenvolvimento, mas também ter os cearenses crescendo à medida que o Porto do Pecém cresce. Fico muito animado com esse projeto da FRV, que é inovador”, afirmou Elmano de Freitas.
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