Livoltek investe R$ 70 milhões na primeira fábrica de inversores “made in Brasil”

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Parte do Hexing Group, a Livoltek, fabricante chinesa de inversores e baterias de armazenamento revelou, em entrevista exclusiva à pv magazine Brasil, os planos para a sua primeira fábrica de inversores no Brasil. Localizada na Zona Franca de Manaus (AM), a planta terá 30 mil m2 e receberá R$ 70 milhões em investimentos para a fabricação de inversores string e híbridos, na primeira fase. Os planos da empresa também incluem a fabricação de baterias de lítio e carregadores de veículos elétricos a partir de agosto, quando aplicará para o licenciamento ambiental, com o início da produção previsto para o final de 2024. Com esse movimento, a Livoltek espera chegar ao TOP 10 das maiores marcas do mercado fotovoltaico brasileiro até o final de 2025.

A princípio, serão importados apenas as carrocerias e os chips – que não são fabricados no Brasil – e alguns outros componentes eletrônicos, mas as PCBs (do inglês Printed Circuit Board ou Placa de Circuito Impresso) serão produzidas no Brasil. Além de abastecer o mercado local brasileiro, a estratégia da Livoltek é atender os países vizinhos como Argentina, Colômbia, Paraguai e Peru e, no futuro, avaliar a exportação para a Europa.

Perguntado sobre o que levou a Livoltek a tomar a decisão de investir em uma fábrica no país, o chairman do Hexing Group, Liangzhang Zhou, afirmou que a nova fábrica de inversores demonstra um compromisso de longo prazo da empresa no fomento a industrialização do país, fortalecendo a posição qualificada do Brasil no mercado global. Além disso, a experiência prévia com a cearense Eletra Energy Solutions, adquirida pelo grupo em 2010, encorajou ainda mais a tomada de decisão.

O presidente do Conselho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Ronaldo Koloszuk, recebe a comitiva do Charmain do Grupo Hexing, Liangzhang Zhou, na Fiesp, em São Paulo, na última quarta-feira (29/05).

Imagem: Livoltek

Fabricação local de inversores torna-se uma realidade

“Com o passar do tempo, a Eletra se tornou a maior fabricante de medidores do Brasil, responsável por mais de 60% dos novos equipamentos instalados no Brasil nos últimos anos. Quando decidimos começar a atuar no mercado de renováveis, em 2020, ficou claro para nós que o país também deveria estar em nossos planos de investimento, já que o mercado local dobrava a cada ano e, mesmo assim, nenhum fabricante de inversores estava interessado em investir na produção local. Considerando nossa experiência anterior de sucesso, foi uma decisão óbvia que deveríamos trazer a fabricação de renováveis para o mercado brasileiro, o que finalmente está se tornando realidade a partir do próximo mês”, explica Zhou.

Doze anos depois de decidir apostar no Brasil – mesmo com os questionamentos sobre a viabilidade da fabricação local – a empresa vislumbrou a mesma abertura para começar a fabricar os inversores, carregadores de carros e baterias. “Já temos nossas cadeias de suprimentos definidas, e inversores e medidores são cerca de 80% semelhantes, com a grande mudança sendo a carroceria do equipamento, que é uma liga de alumínio ao invés do plástico”, explica o executivo.

A ideia é que, conforme a Livoltek consiga nacionalizar mais etapas da fabricação no país, o preço final dos equipamentos impate com o dos importados.

Sem tratamento especial e aposta no livre mercado

Zhou afirma que “a melhor vantagem competitiva que vemos é que já aprendemos a fabricar no Brasil. Conhecemos o sistema tributário, a legislação trabalhista, e vemos que o Brasil ainda tem um futuro muito brilhante para a tecnologia solar”.

A empresa explica ainda que conta apenas com os incentivos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que todas as empresas estabelecidas em Manaus têm, sem tratamento especial. “Acreditamos firmemente no “livre mercado” e não esperamos depender de incentivos governamentais para sermos competitivos”, afirma o executivo.

Em relação à geração de empregos no país, Zhou afirma que o Grupo Hexing já conta com muitos trabalhadores qualificados na Eletra, em Eusébio, região metropolitana de Fortaleza e que alguns desses profissionais estão sendo promovidos para atuar em Manaus como supervisores para coordenar e treinar equipes locais. “A região já tem uma longa história de empresas eletrônicas, então há uma boa quantidade de mão de obra qualificada. Na Eletra temos poucos executivos e engenheiros chineses. Mais de 96% de todos os funcionários são brasileiros, e acreditamos que esse é um dos principais ingredientes para o nosso sucesso”, finaliza o Chairman.

A cerimônia de inauguração da fábrica de inversores da Livoltek acontecerá no dia 24/07, em Manaus, e contará com a participação de autoridades, associações do setor, integradores, imprensa e influenciadores do mercado fotovoltaico.

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