Baterias e carregamento de veículos serão as principais fontes de flexibilidade para os sistemas elétricos até 2050

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A maior participação nas matrizes elétricas de geração eólica e solar variável aumenta também a necessidade de fontes significativas de flexibilidade. De acordo com o novo relatório New Energy Outlook, da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), as baterias e o carregamento inteligente de veículos elétricos, serão as principais fontes de flexibilidade nos sistemas elétricos globais, “movimentando” cerca de 2.900 e 3.000 terawatts-hora de energia em 2050, respectivamente.

Esta é uma contribuição significativa das duas fontes, equivalente a 12% da demanda global a ser transferida. As centrais de gás e gerenciamento inteligente da demanda também desempenharão um papel importante, deslocando cerca de 3% da procura de eletricidade em 2050.

Essas projeções fazem parte do Cenário de Transição Econômica (ETS) do relatório, que reflete um mundo onde os decisores políticos prosseguem uma transição energética baseando-se apenas em tendências históricas de eficiência e em tecnologias de energia limpa economicamente competitivas e de escala comercial. Nesse cenário, as missões globais caem 27% em relação aos níveis atuais até 2050. Além disso, a capacidade global de energias renováveis quadruplica até 2050, em relação aos níveis atuais e as energias renováveis ​​representam de 50% da oferta de energia elétrica até 2030. No entanto, no cenário ETS, o aumento das temperaturas globais acima dos níveis pré-industriais atingirá 2,6ºC até 2100.

No cenário em que os caminhos a nível nacional e global levam a emissões líquidas zero até 2050, cumprindo os objetivos do Acordo de Paris, a capacidade instalada de armazenamento em bateria acumularia 4 TW.

O aumento da flexibilidade exigirá uma construção correspondente da rede, tanto para distribuição como para transmissão, e sinais claros de preços no mercado para incentivar as respostas da procura e da oferta, diz o relatório.

O analista de Armazenamento de Energia da BloombergNEF, Nelson Nsitem, destacou que o mercado global de armazenamento de energia quase triplicou em 2023. “O crescimento tem como pano de fundo os preços mais baixos do que nunca, especialmente na China, onde os custos do sistema de armazenamento de energia turn-key em fevereiro foram 43% mais baixos do que há um ano, com um mínimo histórico de US$ 115/kWh para sistemas de armazenamento de energia de duas horas”, escreveu.

As adições globais em 2023 chegaram a 45 GW (97 GWh) e devem ser seguidas por um crescimento robusto e contínuo, avalia o analista. “Em 2024, o armazenamento global de energia deverá adicionar mais de 100 GWh de capacidade pela primeira vez. O aumento será em grande parte impulsionado pelo crescimento na China, que será mais uma vez o maior mercado de armazenamento de energia a nível mundial”. Até 2030, o mercado global de armazenamento de energia será impulsionado por uma taxa de crescimento anual de 21%, para 137 GW/442 GWh até 2030, de acordo com as previsões da BloombergNEF.

No Brasil, as flutuações de carga e geração estão cada vez maiores, podendo chegar a 50 GW em 2028, e o governo prepara um novo leilão de reserva de capacidade – para atender a necessidade de flexibilidade do sistema – que poderia ter participação da energia solar. Fornecedores de BESS ouvidos pela pv magazine Brasil sinalizam que cerca de 2 GWh de projetos estão em estudo, muitos acoplados à geração eólica ou solar.

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