A UCB Power, multinacional brasileira especializada em soluções de armazenamento de energia, anuncia a expansão de suas atividades produtivas em Extrema, Minas Gerais, visando a fabricação local de soluções de armazenamento de energia da linha UBESS (UCB Battery Energy Storage System). O investimento previsto até 2028 é de R$ 380 milhões e tem o apoio da Invest Minas, agência de promoção de investimentos do Governo de Minas Gerais, bem como do próprio Governo do Estado de Minas Gerais por meio de incentivos fiscais e financiamento de linhas de crédito especial.
Imagem: UCB Power
Em entrevista à pv magazine, o CEO da UCB Power, George Fernandes, afirmou acreditar que o mercado terá um crescimento exponencial nos próximos anos, em função da necessidade de armazenamento no sistema como um todo, desde usinas fotovoltaicas até baterias automotivas. “A expansão de nossas instalações e o amadurecimento do mercado serão fatores importantes para a consolidação do setor de armazenamento no país. Com o investimento na infraestrutura elétrica necessária teremos uma economia mais sustentável, dinâmica e eletrificada. Não existiria um momento melhor para estar no setor de baterias, eletrificação e armazenamento de energia do que agora. Temos tudo para sermos líderes dessa transformação”. No total, até a conclusão do projeto, a empresa projeta a criação de cerca de 400 postos de trabalho a partir de seus investimentos.
O executivo reforça ainda que parte da estratégia passa pela oferta de soluções de armazenamento para o setor elétrico. “As concessionárias de energia deverão ser grande parte da nossa demanda no médio e longo prazo, com sistemas cada vez maiores, assim como já é uma realidade fora do país”, declara o CEO. Para os próximos anos, Fernandes projeta que a UCB Power deve manter o crescimento anual na casa dos 25% ao ano, assim como já vem acontecendo.
O investimento da UCB Power será realizado em duas etapas, visando uma implementação estratégica, eficiente e segura de novas linhas de produção. Na primeira fase, prevista para o período de 2024/25, os recursos serão destinados à expansão da fábrica atual em Extrema (MG), enquanto na segunda fase, projetada entre 2025/26, será alugado um terreno para comportar o salto de produção, naquela que será a terceira fábrica da companhia no Brasil. Além da fábrica de Extrema (MG), a companhia possui uma fábrica de baterias em Manaus, onde são produzidas as baterias de lítio que serão integradas nos BESS.
“A fase inicial nos permitirá estabelecer operações essenciais e otimizar os processos finais, assegurando qualidade e eficiência na produção. Assim, poderemos planejar o próximo e importante passo na ampliação de nossa capacidade produtiva com mais segurança e assertividade”, projeta o vice-presidente de negócios e inovação da UCB Power, Marcelo Rodrigues. O executivo aponta que a primeira etapa tem ainda o propósito de validar a evolução e a demanda do mercado pelos produtos da empresa.
Esse enfoque estratégico permitirá ajustar dinamicamente a produção conforme a resposta do mercado, mitigando riscos e garantindo que a operação esteja alinhada com as necessidades específicas dos clientes. Adicionalmente, a companhia investirá em um Laboratório de Engenharia de produtos com foco no pós-venda visando atender as demandas pelos equipamentos BESS, que terá ainda o papel de consolidar parcerias com universidades, centros de ensino e pesquisas locais.
Apoio e incentivos junto ao estado mineiro
“O Governo de Minas tem como uma de suas metas prioritárias promover a transição energética do Estado. Já são vários os investimentos privados atraídos pela gestão Zema nesse sentido, em segmentos como energia limpa, tecnologias de baixo carbono e o próprio Vale do Lítio, que busca impulsionar toda uma cadeia produtiva, de ponta a ponta, da extração à fabricação de produtos de alto valor agregado”, destaca a secretária de Estado Adjunta de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia.
Para Fernandes, o país tem grande vocação para a exploração de lítio, mineral essencial para produção de células para baterias e afirma que “é uma questão de política nacional, já que não tem como o Brasil ser um país com uma grande reserva de lítio sem que haja produtores locais de células no centro da estratégia de expansão do mercado de armazenamento”.
Em relação ao segmento de veículos elétricos, o CEO da UCB afirma que apresar do crescimento, o país ainda está de quatro a cinco anos atrasado na eletrificação geral da frota de VEs, em grande parte porque já tem o etanol, menos poluente que a gasolina. “A união de um veículo híbrido, movido a etanol e bateria, parece o caminho que o Brasil deve trilhar nos próximos anos e essa também é a nossa aposta. Além disso, mais para a frente devemos investir estrategicamente na fabricação de baterias para veículos totalmente elétricos e aproveitar todos os benefícios da eletromobilidade no país”, finaliza Fernandes.
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