As empresas que atuam na geração solar distribuída estão diversificando seus modelos de negócios para se adaptar ao novo cenário do mercado. Em 2023, pela primeira vez, o segmento não teve um crescimento expressivo, repetindo o volume instalado no ano anterior, de 8,2 GW.
Com a estagnação nas vendas de sistemas fotovoltaicas, as empresas buscaram criar novas fontes de receitas e explorar novos modelos de negócios. Em 2023, as mudanças na legislação, a introdução de novas tecnologias, além da necessidade crescente de serviços de operação e manutenção, levaram as empresas a oferecer novos serviços e soluções aos clientes e para continuar fechando novos negócios.
As empresas do setor têm apostado no conceito de solução integrada de energia. Ou seja, além da geração fotovoltaica, oferecem baterias, carregadores de veículos elétricos e serviços de gestão, monitoramento e otimização da produção e do consumo de energia.
Em seu Estudo Estratégico Geração Distribuída 2024, a Greener ouviu as empresas integradoras sobre a diversificação de seus negócios, revelando que novos mercados, como o de baterias, começam a dar seus primeiros frutos.
Sistemas híbridos com bateria
Dos integradores que responderam a pesquisa, 49% oferecem sistemas híbridos com baterias e, desses, 25% realizaram pelo menos uma venda de sistema híbrido. Ou seja, 12% do total de integradores que responderam à pesquisa realizaram pelo menos uma venda de sistema híbrido com bateria. Dos integradores que venderam algum sistema híbrido, 95% venderam até 5 sistemas.
São Paulo é o estado com o maior número de integradores que venderam sistemas híbridos, representando 27% do total vendido no Brasil. Minas Gerais vem em segundo lugar, com 12% dos integradores.
Carregadores de veículos elétricos
Em menor número, os integradores participantes também realizaram vendas de carregadores para veículos elétricos. Entre os que responderam à pesquisa, 11% venderam pelo menos um carregador elétrico e 15% instalaram pelo menos um carregador elétrico em 2023. Mas a maior parte dos integradores, 59%, não atuam com carregadores, enquanto 31% prestam serviços de instalação e venda, 6% fazem somente a instalação e 4% fazem somente a venda.
Mercado livre de energia
89% dos integradores ainda não atuam no mercado livre de energia. A continuação do processo de abertura do mercado a partir de 2024 pode ser uma oportunidade de ampliar o leque de atividades para outras soluções de energia.
Representar as comercializadoras varejistas para captação de consumidores livres foi o foco de atuação do integrador nesse segmento 68%, seguido de consultorias 38,5%.
Seguros
Entre os integradores que responderam a pesquisa, 45% contrataram algum seguro do segmento solar em 2023. O seguro de instalação/sistema foi a modalidade mais adotada, por 22% dos integradores participantes. Outros 15% dos integradores venderam ambos seguros de obras e seguro de instalação/sistema e 7% venderam seguro de obras.
Substituição de inversores
Em 2023, aproximadamente 46% dos integradores substituíram pelo menos um inversor em instalações de sistemas FV. A média foi de 3 inversores trocados por integrador. Integradores mais antigos substituíram mais inversores em 2023 em comparação com integradores mais novos. Apenas 4% venderam mais de 10 substituições.
Pós-venda
O pós-venda como fonte de receita se mostrou uma estratégia bastante adotada pelos integradores em 2023, sendo que 82% dos integradores geram receita com pós-venda. Serviço de limpeza de módulos é citado por 79,4% dos integradores, seguidos por manutenção do sistema e expansão do sistema, citados por 66,8% e 66,3%.
Otimismo para 2024
As expectativas de vendas para 2024 são otimistas em comparação com as vendas realizadas em 2023. O cenário conjuntural de redução da taxa Selic e, consequentemente, da taxa de juros para financiamento, aliado à queda dos preços dos equipamentos, podem ser fatores que influenciaram uma maior expectativa de vendas para 2024
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