Hidrogênio verde no Brasil deve chegar a 3,8 GW até 2030, segundo a BNEF

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Até 2030, o Brasil pode produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo, pelo valor de US$ 1,45 por kg. As informações são de um estudo da empresa de pesquisas sobre finanças energéticas BloombergNEF (BNEF), que considera os métodos mais baratos de geração de hidrogênio verde de acordo com as condições climáticas de cada país. Para o hidrogênio verde brasileiro, o uso da energia eólica onshore e eletrólise alcalina seria o mais benéfico.

Outros países que apresentaram valores baixos são China, também com energia eólica, e Chile, com uso de fontes solares. De acordo com o chefe de pesquisas da BNEF, James Ellis, o hidrogênio verde é um potencial para a América Latina e para o Brasil já que a região deve produzir cerca de 6,8 GW até 2030, sendo 3,8 GW de produção brasileira. O Brasil já descarbonizou mais de 80% da sua produção de energia por investimentos e políticas inteligentes.

Produzir hidrogênio verde a preços baixos é a chave para desbloquear o potencial do Brasil. A busca pelo hidrogênio verde mais que triplicou os investimentos no setor em 2023, totalizando US$ 10,4 bilhões.

Mais de US$ 8 bilhões desse total foram voltados ao hidrogênio verde brasileiro produzido por eletrólise, processo que forma a energia a partir da quebra das moléculas da água. O país foi o sexto com mais investimentos para a transição energética em 2023, com quase US$ 35 bilhões investidos.

Brasil deve atingir 96% de matriz renovável até 2050

Apesar dos bilhões investidos, o hidrogênio verde, contudo, não esteve entre as áreas que mais receberam verba no Brasil. Os líderes foram as energias renováveis, seguido por redes elétricas e eletrificação do transporte. A projeção é que até 2050, com a transição econômica, a produção de energia no Brasil ultrapasse os 900 TWh, com 96% de matriz renovável. Em 2023, a capacidade energética foi de 677 TWh.

De acordo com Ellis, o país deve seguir fazendo o que já faz hoje para ampliar a vantagem competitiva enquanto produtor de energias renováveis. Segundo ele, o Brasil já desenvolveu sua descarbonização energética, o que vários países ainda engatinham para fazer. O Brasil se tornou um líder dos mercados de energias renováveis no mundo.

O estudo ainda apontou projeções para o cenário da transição energética ao longo das próximas décadas no cenário mundial. Até 2050, o combustível mais usado pelo consumidor final deve deixar de ser o carvão, a transição que cederá espaço para o hidrogênio verde como principal energia.

Brasil à frente nas energias renováveis

O especialista da BloombergNEF apontou o potencial brasileiro na produção de aço verde, que é mais benéfico ao meio ambiente do que o ferro. A parcela brasileira de aço é de apenas 2%, enquanto a de ferro é de 17%. Com o hidrogênio verde, a produção das siderúrgicas teria uma opção de produção mais barata e com emissões zero.

Na agricultura, a produção de fertilizantes verdes é um meio de impulsionar a economia e reduzir as taxas de importação, principalmente no que se refere ao nitrogênio: atualmente, apenas 24% do nitrogênio usado é produzido localmente.

Os biocombustíveis são a promessa para a transição na área de transportes. Aliados ao uso de carros elétricos, que tiveram disparada de vendas em 2023, de 19 mil para 52 mil vendas, as emissões de CO2 ao longo prazo nos veículos são menores no Brasil do que em outros países. Vale destacar também que há possibilidades de o hidrogênio verde brasileiro ser utilizado para locomover os veículos.

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