A Organização Latino-Americana de Energia (OLADE) divulgou o estudo “Panorama Energético da América Latina e do Caribe 2023“, com informações energéticas oficiais coletadas entre seus 27 países membros, do qual o Brasil faz parte por meio do Ministério de Minas e Energia (MME).
O panorama também incorpora projeções para 2050 em um cenário Net Zero, no qual as emissões líquidas de gases de efeito estufa são zeradas no setor de energia, com uma penetração muito mais rápida de energias renováveis. Para esse cenário se realizar, a entidade estima que serão necessários mais 1.000 GW de capacidade de geração renovável, o que representa o dobro da capacidade instalada atual dessas fontes na região.
Especificamente para o Brasil, o cenário Net Zero considera que o país chegaria a 2050 com 627 GW de capacidade instalada de geração, contra 461 GW no cenário “business as usual” (BAU), no qual as políticas e tendências permanecem como estão. Isso porque para reduzir as emissões é necessário substituir o consumo final de combustíveis fósseis por eletrificação, biocombustíveis e hidrogênio verde, o que implica um aumento na demanda por geração elétrica.
Nesse cenário, 90% da matriz elétrica brasileira seria de fontes renováveis (56, contra 75% no cenário BAU. Do total de 627 GW, 25% viriam da fonte solar (excluindo aqui os projetos de geração distribuída), 20% da fonte eólica, 10% da biomassa, 33% da hidrelétrica e 2% do hidrogênio verde. A expansão necessária inclui 142 GW de solar adicionados em 2021 e 2050.
Hidrogênio verde
A demanda total por hidrogênio verde em 2050 no cenário Net Zero atingiria 118 Mtep em toda a região, sendo 33% no setor de transportes, 14% na indústria, 25% na geração de eletricidade e os 28% restantes para exportação. No Brasil, de acordo com as premissas do cenário Net Zero, a demanda de hidrogênio verde, atingiria 48,7 Mtep em 2050, distribuídos 37% para transportes, 13% para a indústria, 25% para geração de eletricidade e 25% para exportação para mercados extra-regionais.
Aumento de consumo desacelera
O cenário também considera um aumento mais discreto do consumo final de energia até 2050, de 23%, contra 52% se a tendência atual não mudar. Isso se deve à substituição por fontes e tecnologias mais eficientes, como eletricidade, hidrogênio verde e solar térmica. Com isso, até 2050, as emissões na região seriam reduzidas em 32% em relação a 2021.
Histórico
Em 2022, a capacidade de geração de eletricidade com fontes renováveis não convencionais aumentou significativamente, em 10% no caso das eólicas e 46% no de solar. Além disso, 95% da nova capacidade instalada de geração de eletricidade em 2022 foi renovável.
Mas, como o relatório indica, é necessário acelerar o ritmo para zerar as emissões líquidas do setor na região. Além disso, permanece o desafio de uma lacuna de 16,2 milhões de habitantes que ainda não são adequadamente supridos pela rede de energia elétrica.
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