Um estudo global desenvolvido pela consultoria internacional EY, o EY Sustainable Value Study, apontou diminuição dos esforços para a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) comparado ao estudo de 2022 (a média era de 30% e agora está em 20%), queda no número médio de ações que as empresas realizaram como parte da agenda climática e um aumento de 14 anos no ‘ano-meta’ para atingir as ambições climáticas, passando de 2036 para 2050, de acordo com 520 Chief Sustainability Officers (CSOs) e/ou líderes entrevistados.
O avanço na agenda climática precisa acelerar caso essas empresas queiram cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C estabelecida do Acordo de Paris (2015).
“A pesquisa traz indicadores não tão positivos, que estão em linha com expectativa do Global Stocktake – o balanço de como estamos até aqui – que será divulgado na COP28. Por outro lado, o estudo mostra as oportunidades onde devemos focar, lembrando que é necessário o compromisso combinado da sociedade civil, governos e iniciativa privada. Há mais otimismo dos líderes com a agenda, quando comparado ao ano passado”, afirma o sócio líder de sustentabilidade e CSO LATAM da EY, Ricardo Assumpção.
Menor investimento em sustentabilidade
O estudo mostra que houve um aumento no percentual de empresas que tomam apenas medidas mínimas para o combate às questões climáticas (de 15% para 45%), há também uma diminuição nas ações de redução à emissão de carbono e menos investimentos em sustentabilidade. Apesar desse cenário, dois terços dos executivos entrevistados sentem que as suas organizações estão fazendo o suficiente para causar um impacto significativo nas mudanças climáticas.
Para Assumpção, “mais do que apenas compromissos, é hora de tomar ações concretas e garantir financiamento para os projetos necessários, principalmente se considerarmos que existe a possibilidade real de o mundo ultrapassar temporariamente o teto de 1,5°C pela primeira vez este ano”.
Portanto, a pressão se mantém forte sobre as empresas para que incorporem sustentabilidade na estratégia corporativa e que existam ferramentas de controle para medir a eficiência das ações que estão em curso. A pesquisa reforça que as empresas que tomam mais medidas para enfrentar as mudanças climáticas criam um valor significativo para os seus negócios, para a sociedade e o planeta no médio e longo prazo”.
Isto também se reflete nos relatórios financeiros das companhias. Segundo o estudo, as empresas que são pioneiras e tomam mais medidas para enfrentar as mudanças climáticas têm 1,8 vez mais probabilidade de reportar um valor financeiro superior ao esperado para suas iniciativas climáticas, em comparação com aquelas que colocam essas iniciativas em segundo plano.
“Um dos principais desafios que as empresas enfrentam nesse momento é que elas assumiram compromissos climáticos e agora estão buscando formas de cumpri-los. Lembrando que, a partir de 2026, é obrigatório no Brasil o reporte de sustentabilidade para empresas de capital aberto, segundo as regras do ISSB”, reforça o executivo da EY.
Emissões de gases do efeito estufa (GEE) do escopo 3
Para manter o aumento da temperatura dentro de 1,5°C até 2099, as emissões globais de CO₂ devem atingir zero até 2034, o que aumenta a urgência de agir em cima do escopo 3. As empresas estão começando a entender de forma mais profunda os seus perfis de emissões de toda a cadeia de valor.
“Algumas publicaram análises detalhadas das suas emissões de escopo 3, que podem representar, em média, 75% das emissões totais de uma empresa, de acordo com o CDP (Carbon Disclosure Project). Para os setores alimentar, mineração e da construção, esse número pode representar 90% ou mais”, finaliza Assumpção.
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