Subindo do nono lugar no ano passado, o Brasil está entre as economias mais atrativas para investimentos em energia limpa, atrás apenas da Índia, China Continental, Chile e Filipinas. O relatório Climatescope da BloombergNEF analisa o progresso economias emergentes na área de energia limpa. Juntas, as 110 economias em desenvolvimento representam quase dois terços do total de adições de capacidade global de geração de energia limpa em 2022 e 82% da população mundial.
De acordo com head of energy transitions da BNEF, Luiza Demoro, “como sede do G-20 e da COP30 do próximo ano em 2025, o Brasil, quinto colocado no ranking do Climatescope, pode desempenhar um papel fundamental para destravar o progresso da descarbonização em todo o mundo em desenvolvimento”, explica a executiva.
As metas ambiciosas da Índia, seu programa de leilões de energia renovável e seu crescente investimento em capacidade de energia renovável, permitiram que o país alcançasse o topo do ranking. Esta pontuação se baseia em três parâmetros analíticos: Fundamentos, que incluem políticas-chave, detalhes sobre a estrutura do mercado de energia e barreiras que poderiam dificultar o investimento; Experiência, que considera as realizações de um mercado até o momento em todo o setor; e Oportunidades de investimento em energia limpa, que refletem o potencial de um mercado para aumentar seu poder de abastecimento de energia renovável.
Dez principais economias em desenvolvimento mais atraentes para investimento em energia limpa
A China Continental ficou em segundo lugar, mas continua sendo o maior mercado para implantação de energia limpa, com oportunidades de crescimento significativas no futuro próximo. O Chile, que estava em primeiro no ranking do ano passado, desta vez, ficou em terceiro lugar. Embora um mercado muito menor do que a Índia ou a China, tem metas ambiciosas para adicionar mais capacidade de energia renovável e políticas bem estruturadas que impulsionam o investimento.
As Filipinas, em quarto lugar, é a única economia a ter entrado recentemente entre os quatro primeiros, subindo seis posições em relação ao ano passado. O mercado já realizou dois leilões de energia renovável, e seu ambiente político favorável, que inclui uma estratégia ambiciosa para produção de energia eólica offshore, estimula o crescimento do investimento em energia limpa.
O Brasil completa os cinco primeiros, subindo do nono lugar no ano passado, depois de um boom de adições de instalações solares em pequena escala – graças, em grande parte, a um sistema bem-sucedido de compensação de energia (net-metering) – que adicionou quase 11GW dessa tecnologia só em 2022.
A head of country transition research da BNEF, Sofia Maia, comenta que para atrair investimentos em energia limpa, “a primeira coisa que estes países precisam é de um mercado de eletricidade bem estruturado, com uma série de políticas em vigor para apoiar suas metas de energia renovável. Os primeiros cinco países do Climatescope refletem isso claramente, e é por isso que todos permaneceram entre os 10 principais mercados nos últimos quatro anos”.
O progresso e os investimentos em mercados emergentes estão altamente concentrados, em apenas 15 mercados (excluindo a China Continental), representando 87% dos investimentos em energias renováveis em 2022. O Brasil, a Índia e a África do Sul foram os três principais mercados não chineses para investimentos em energia renovável no ano passado, respondendo juntos por mais da metade dos US$ 80 bilhões investidos em economias em desenvolvimento fora da China Continental. O relatório também encontrou uma grande lacuna entre as ambiciosas metas e as ações efetivas para alcançá-las. Dos 102 mercados com metas de energia renovável, 57 ainda não atingiram a metade dos níveis visados (o que indica uma “grande” diferença na Figura 2 abaixo).
Diferença na realização da meta de energia renovável em mercados emergentes
Luiza Demoro, head of energy transitions da BNEF, finaliza enfatizando que “acelerar o investimento em energia limpa em economias em desenvolvimento é um dos desafios mais importantes enfrentados pela comunidade internacional hoje, e para isso será necessária uma combinação de políticas inteligentes e de apoio multilateral”.
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