WEG mira projetos Grid Zero e automação residencial a partir da geração de energia solar

WEG mira Grid Zero e automação residencial

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A partir da queda das vendas para projetos de geração distribuída devido ao cenário regulatório e a crise de crédito para o segmento, a WEG iniciou a diversificação dos negócios a partir de uma janela de oportunidades dentro do prazo de GD I para atuação no mercado de EPC para projetos fotovoltaicos no Brasil. Ao mesmo tempo, a busca por novas frentes no mercado solar vem levando a multinacional catarinense a apostar em sistemas Zero Grid, com ou sem baterias de armazenamento, para enfrentar um cenário no qual as redes das distribuidoras de energia passam por uma transformação. Para 2024, WEG se voltará ao mercado doméstico, a partir da WEG Home, uma solução de gerenciamento residencial inteligente a partir da geração solar.

Além dos cenários regulatórios e de ordem econômica enfrentados pelo setor solar este ano, a inversão de fluxo nos inversores trifásicos, principalmente voltados a comércios e indústrias, também atrapalhou o mercado neste ano, observa o diretor de Solar & Building da WEG, Harry Schmelzer Neto.

“A gente visualiza nesse momento um movimento de uma venda mais técnica, uma venda um pouco mais consultiva no que diz respeito aos trifásicos para proteção contra oscilações da rede. Então, há um movimento da WEG e de nossos integradores voltado à solução Grid Zero. Em supermercados, por exemplo, é possível a instalação desse sistema fotovoltaico no telhado, não para gerar toda a energia necessária, mas para atender ao princípio de simultaneidade, que seria a geração dentro do consumo mínimo”, explica.

Neto cita como exemplo um supermercado que sempre consome 300 kW, mas tem um pico de 800 kW. Neste cenário, um sistema de menor porte ficaria dentro do princípio de simultaneidade, sem injetar energia para a rede, com uma bateria para atender o pico de demanda.

“A ideia seria acoplar uma bateria e, nos momentos em que o sistema jogaria para a rede o excedente da geração, essa sobra seria usada para carregar a bateria. Então, estamos vendo no Grid Zero uma solução inovadora, principalmente nesse momento em que a rede está um pouco em transformação. Acreditamos que o Grid Zero com bateria é uma tendência para os próximos anos. Estamos apostando nisso, e isso tange inversor solar híbrido trifásico com bateria”, detalha o executivo.

Até o ano passado, avalia Neto, o mercado acreditava em instalar o máximo de geração possível nos telhados para ficar com o crédito e não pagar a TUSD, por conta do direito adquirido, mas, agora, além de a regra ter mudado com o início da cobrança da tarifa, problema com a disponibilidade de rede. “Entrou muita energia solar em dois anos e a rede não estava preparada para o pico que acontece ao meio-dia e às vezes não há transformador para escoar tudo isso. Além disso, algumas distribuidoras de energia não têm nem onde alocar essa energia porque tem que consumir no mesmo horário. É aí que entra a bateria”.

A partir da instalação de um Grid Zero com bateria para armazenar o excedente e deslocar geração e consumo, também é possível incluir a mobilidade elétrica na solução. “Se houver um excedente de geração ao meio-dia e um carregador de carro elétrico no empreendimento, por exemplo, é mais vantajoso carregar o carro do que injetar na rede, já que a rede está com problema de fluxo e está tributando. Então a gente acredita nessa desconexão da rede, principalmente em sistemas trifásicos com sistema Grid Zero e bateria com princípio de simultaneidade alto”, conta o diretor da WEG.

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Além da geração solar nas soluções residenciais

Um segundo movimento que impactou o mercado neste ano foi a guerra de preços entre os integradores e, para a WEG, agregar ainda mais valor para a energia solar é uma das principais apostas para se diferenciar em 2024. “Para o próximo ano, queremos criar uma grande trend no mercado que é levar a WEG para dentro dos lares brasileiros. No próximo ano, vamos anunciar a solução WEG Home, cujo primeiro conceito é integrar a automação residencial em conjunto com a geração de energia solar para o gerenciamento inteligente de toda a energia, incluindo geração e consumo”, relata Neto.

O novo pacote WEG Home, que prevê ainda o oferecimento do que vem sendo chamado na empresa de combo de transição energética, deve contar também com soluções elétricas para o gerenciamento de segurança e energia, a partir câmeras de segurança inteligentes e carregador de carro elétrico, por exemplo. “Com os equipamentos da casa interligados e movidos à energia vinda da fonte solar, um aplicativo poderá controlar as imagens das câmeras, ligar a máquina de lavar roupa, ao meio-dia, durante o pico da geração, entre muitas outras aplicações. Queremos que o consumidor pense: ‘Quero WEG na minha casa'”, comenta o executivo.

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