Estamos vivendo em uma época de oportunidade única, na qual a energia solar se consolida como a segunda maior fonte de energia elétrica no país e a sustentabilidade na construção civil passa a ser um diferencial valorizado e até mesmo exigido no mercado imobiliário.
No Brasil, apesar do enorme potencial solar que temos, poucos são os profissionais capacitados a sugerirem e projetarem edificações que geram energia de forma verdadeiramente integrada à arquitetura. Sim, digo verdadeiramente integrada, pois não se trata de sobreposição de módulos fotovoltaicos sobre telhados e lajes. Estas instalações existem em grande número e, hoje, representam 90% de toda geração distribuída que temos no país. Falo da integração de fato, quando o módulo fotovoltaico passa a desempenhar um papel construtivo na edificação. Falo de Arquitetura Solar.
A Arquitetura Solar, também conhecida como Building-Integrated Photovoltaics ou BIPV, representa uma inovação que não é apenas sustentável, mas também a transforma em um investimento para empresários, arquitetos, integradores e clientes finais.
Compreender que este é um mercado em franco crescimento e que as decisões arquitetônicas tomadas durante a concepção de um projeto podem impactar positivamente ou negativamente a capacidade da arquitetura gerar energia é essencial. Compreender que arquitetos e integradores podem trabalhar juntos para otimizar sistemas que respeitam a estética arquitetônica também.
No entanto, a falta de conhecimento técnico por parte dos projetistas no momento da concepção de um novo projeto é uma das principais barreiras para uma maior disseminação da arquitetura solar no país. Geralmente, mesmo quando as novas edificações são projetadas sabendo-se que irão receber sistemas fotovoltaicos, estes são pensados apenas no momento final, quando todo o projeto já foi definido e, na maioria das vezes, construído. O resultado? Módulos encaixados nos espaços remanescentes entre chaminés e caixas d’água, em telhados recortados e sombreados. Além disso, utilizam-se majoritariamente módulos enormes, azuis ou pretos, completamente desconectados da estética arquitetônica. Não são raras as vezes em que vemos uma desvalorização visual da arquitetura e este é um dos principais fatores que levam ao distanciamento entre arquitetos e energia solar.
Dentro desse cenário de transformação energética e busca pela sustentabilidade na construção civil, o profissional de arquitetura desempenha um papel fundamental para o sucesso de um edifício solar. Seu projeto pode maximizar a geração de energia ou pode comprometer o potencial que a edificação poderia produzir. É preciso compreender o funcionamento de sistemas fotovoltaicos, ter domínio das tecnologias disponíveis no mercado e conhecer suas especificações no contexto do projeto arquitetônico.
Além disso, a concretização bem-sucedida de projetos BIPV requer uma abordagem multidisciplinar que vai além das habilidades de qualquer profissional isoladamente. Integradores e arquitetos desempenham papéis complementares e essenciais nesse cenário.
Os integradores de sistemas fotovoltaicos possuem o conhecimento técnico para projetar e instalar eficazmente os sistemas solares. Por outro lado, os arquitetos trazem a visão técnica projetual, artística e multifuncional que torna os edifícios verdadeiramente integrados ao sistema gerador, à paisagem e à estética da cidade. Essa combinação de habilidades é o que torna possível a criação de edifícios que não apenas dão abrigo a humanidade, mas também colaboram para a existência e regeneração do planeta.
Aula magna Arquitetos do futuro: Oportunidades no mercado solar
A falta de profissionais capacitados em arquitetura solar é uma oportunidade para arquitetos e integradores se capacitarem e se tornarem protagonistas de projetos BIPV (Building Integrated Photovoltaics) no país.
Se este é o seu perfil, tenho um convite para você! Participe da aula magna “Arquitetura do Futuro: Oportunidades no mercado solar”, gratuita, na qual irei destacar como os arquitetos podem desempenhar um papel vital na tomada de decisões inteligentes desde a concepção das novas edificações, e como integradores podem contribuir para que a arquitetura solar não seja apenas esteticamente atraente, mas também eficiente do ponto de vista energético, abrindo portas para novos negócios e promovendo a sustentabilidade.
Clarissa Zomer é arquiteta, doutora em Engenharia Civil, especialista em sistemas fotovoltaicos integrados à arquitetura. Atuou como pesquisadora do Laboratório Fotovoltaica UFSC por 17 anos e em 2020 fundou a Arquitetando Energia Solar para prestar consultorias, realizar projetos, e oferecer cursos e palestras sobre arquitetura solar. Foi responsável por grandes projetos BIPV, como o próprio Laboratório Fotovoltaica UFSC, por estudos de viabilidade técnica BIPV, como o Mineirão Solar e a Megawatt Solar da Eletrosul e, recentemente, como os Brises Fotovoltaicos do Instituto Germinare. Possui mais de 60 MWp de projetos de sistemas fotovoltaicos integrados à arquitetura e mais de 50 artigos publicados em revistas internacionais, nacionais e em congressos. Clarissa é também Diretora de de BIPV – Fotovoltaica na Arquitetura e Construção da ABGD e Diretora de Projetos Arquitetônicos da Garantia Solar BIPV.
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Ótimo artigo!! Não perco essa aula por nada!!
Que bom! Será repleta de insights para arquitetos, integradores e investidores da construção civil. Te vejo lá!
Muito interessante a questão estética.
Tornar a edificação integrada a paisagem do ambiente.
Sim, no contexto arquitetônico, a tecnologia fotovoltaica ultrapassa a função de apenas gerar energia e passa a desempenhar múltiplas funções, podendo agregar beleza e eficiência às edificações.
Excelente artigo,
Não tenho dúvidas que espaço da revista vai bombar
Parabéns Clarissa Zomer
Obrigada, Célio! Obrigada por prestigiar meu trabalho e também me ajudar a disseminar as incríveis oportunidades que a arquitetura solar pode proporcionar. E aguarde, virá muito mais arquitetura solar aqui na PV magazine.
Parabéns, muito bom esse artigo. Encantado.
Que bom, Sebastião. Fico feliz que tenha gostado.