As novas conexões de geração distribuída vem desacelerando ao longo de 2023, apesar de ainda refletirem a entrada em operação de sistemas que foram negociados ainda no ano passado e sob as regras de compensação anteriores à lei 14.300, mais vantajosas para o consumidor.
O segmento de GD chegou a 24 GW de capacidade acumulada, dos quais 5,9 GW foram adicionados em 2023, até meados de outubro, de acordo com os dados da Aneel. Nos primeiros nove meses de 2023, foram conectados 5,79 GW o que fica pouco abaixo dos 5,99 GW adicionados em igual período de 2022.
Apesar disso, a maior parte das novas conexões realizadas em 2023 foi registrada no primeiro trimestre, com 2,75 GW, acima de 1,5 GW em igual período de 2022. De março a junho, foram mais 1,8 GW, o mesmo volume instalado durante esses meses em 2022. Já no terceiro trimestre, foram 1,2 GW, contra 2,4 GW em 2022.
“Esse último 1 GW demorou quase três meses para ser instalado, há uma desaceleração clara ao longo de 2023. Até o meio do ano, as adições mensais de GD estavam 20%, 30% maiores que em igual mês de 2022, o que é significativo após a corrida do ouro de 2022”, comenta o presidente executivo da ABGD, Guilherme Chrispim.
Por outro lado, as empresas estão apontando uma recuperação nas vendas no segundo semestre, reconhece. “Nunca tivemos um valor tão baixo do Wp todos vendendo muito baixo. Em muitos casos, o payback igualou ou está até melhor. Então nunca deixou de ser competitivo. Os fabricantes sinalizam que esse movimento deve continuar. Além disso, com a redução da Selic, a recuperação no financeiro, há uma melhora em vista”, avalia.
Mas as negativas sistemáticas das distribuidoras para os pedidos de conexão de geração distribuída, diz Chrispim, não deve deixar de ser apontada.
“Quantas empresas morrem em seis meses se deixarem de vender? Quanta GD deixou de ser conectada nesse período? O segmento de microgeração morre asfixiado. O consumidor desiste da compra se tiver que esperar muitos meses [por negativas e outras barreiras impostas pelas distribuidoras]”, destaca o executivo. “As empresas de minigeração tem mais estrutura, mais condições de contestar, e pipeline grande de projetos, tanto que até demoram a reclamar e contestar as distribuidoras”, comenta.
A GD para consumidores residenciais foi responsável pela maior parte da nova capacidade adicionada tanto em 2022 (4,5 GW de um total de 7,1 GW) quanto entre 2023 (2,8 GW de 5,9 GW até o meados de outubro).
Incluindo a geração centralizada, que acumula 10,5 GW em centrais geradoras de grande porte que atendem as distribuidoras de energia ou contratos no mercado livre, a fonte solar já ultrapassou os 34 GW, correspondendo a mais de 15% da matriz elétrica nacional (196,1 GW na geração centralizada e 24,3 GW na geração distribuída, somando todas as fontes).
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