Brasil é o quarto país que mais emprega no setor fotovoltaico global

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O emprego mundial no setor das energias renováveis atingiu 13,7 milhões em 2022, em comparação com 12,7 milhões em 2021 e 7,3 milhões em 2012, de acordo com um novo relatório da a Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O Brasil é o segundo país com mais empregos em renováveis, acumulando 1,2 milhão de empregos, atrás dos 5,548 milhões na China, que representa 41% do total. Juntos, os países da União Europeia somam 1,6 milhão de empregos em renováveis. Em seguida, aparecem os Estados Unidos, com 994 mil empregos, e a Índia, com 988 mil. 

Os biocombustíveis, com uma estimativa de 856.200 empregos em 2022, continuaram sendo o maior empregador em energia renovável no Brasil, embora o número de empregos tenha diminuído ligeiramente em relação ao ano anterior. O país é o principal empregador global nesse segmento.

Empregos em energia solar no Brasil

Em 2022, com a adição de 9,9 GW, o Brasil ficou em quarto lugar em instalação de nova capacidade solar fotovoltaica em 2022, depois da China, dos Estados Unidos e da Índia. Adicionou 9,9 GW, para elevar a capacidade instalada acumulada para 24 GW. De acordo com a Absolar, 29% da capacidade fotovoltaica acumulada em 2022 estava em instalações de geração centralizada, abaixo dos 76% em 2018. A maior parte da expansão fotovoltaica nos últimos anos ocorreu na geração distribuída. Os bancos de desenvolvimento brasileiros BNB e BNDES são as principais fontes de financiamento para energia fotovoltaica em grande escala.

O Brasil continua fortemente dependente das importações de módulos fotovoltaicos (predominantemente fabricados na China). As importações para projetos de grande escala e distribuídos aumentaram de 4,8 GW em 2020 para 10,4 GW em 2021 e dispararam para 17,8 GW em 2022, segundo dados da Greener.

Portanto, o emprego é criado principalmente nas vendas, instalações e O&M, que são normalmente geridas por pequenas empresas.

Os cerca de 241 mil empregos no setor solar fotovoltaico do Brasil em 2022 representam um aumento dramático em relação aos 131 mil empregos em 2021.

O Brasil adicionou 1,78 milhão de metros quadrados de capacidade de aquecimento solar de água em 2022, apenas 2% abaixo do impressionante recorde estabelecido em 2021, segundo a ABRASOL, 2023.

Solar representa mais de um terço dos empregos do setor renovável global

A décima edição de Energias Renováveis e Empregos: Revisão Anual 2023 concluiu que as energias renováveis estão atraindo investimentos crescentes, conduzindo à criação de emprego em um número cada vez maior de países.

A energia solar fotovoltaica foi mais uma vez o maior empregador em 2022, concluiu a Revisão Anual, alcançando 4,9 milhões de empregos, mais de um terço da força de trabalho total no sector das energias renováveis. A energia hidroelétrica e os biocombustíveis tiveram números de empregos semelhantes aos de 2021, cerca de 2,5 milhões cada, seguidos pela energia eólica com 1,4 milhões de empregos.

Quantidade e qualidade dos empregos em energias renováveis

“A criação de muitos mais milhões de empregos exigirá um ritmo muito mais rápido de investimentos em tecnologias de transição energética. No início de setembro, os líderes do G20 concordaram em acelerar os esforços para triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030, em linha com as nossas recomendações antes da COP28. Apelo a todos os decisores políticos para que utilizem esta dinâmica como uma oportunidade para adotar políticas ambiciosas que impulsionem a mudança sistêmica necessária”, disse o diretor geral da Irena, Francesco La Camera.

A qualidade dos empregos é tão importante quanto a sua quantidade, observa o estudo. Para promover a justiça social, a transição para um futuro energético mais limpo precisa de ser justa e inclusiva para todos; trabalhadores, empresas e comunidades. Assim, são indispensáveis quadros coerentes e integrados, centrados nos salários, na segurança e saúde no trabalho e nos direitos no trabalho, e baseados num diálogo social eficaz. As Diretrizes da OIT para uma transição justa para economias e sociedades ambientalmente sustentáveis constituem uma referência central para a elaboração de políticas e ações de apoio a uma transição justa, à qual os governos e outras partes interessadas podem recorrer.

“Para aproveitar as oportunidades significativas para alcançar emprego pleno, produtivo e livremente escolhido, inclusão social e trabalho digno para todos durante estas transições complexas, é necessário desenvolver e implementar políticas específicas para o crescimento macroeconómico inclusivo, empresas sustentáveis, desenvolvimento de competências, outras intervenções ativas no mercado de trabalho, proteção social, segurança e saúde no trabalho e outros direitos no trabalho, e encontrar novas soluções através do diálogo social”, disse o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo.

Uma transição energética justa e inclusiva também deve perseguir o desenvolvimento e a diversidade da força de trabalho. O relatório destaca a necessidade de expandir a educação e a formação e aumentar as oportunidades de carreira para os jovens, as minorias e os grupos marginalizados. Uma maior equidade de género também é essencial. Neste momento, os empregos nas energias renováveis continuam a ser distribuídos de forma desigual entre homens e mulheres. Atualmente, a tecnologia solar tem o melhor equilíbrio de género em comparação com outros setores, com 40 por cento dos empregos ocupados por mulheres.

Cadeias produtivas locais

Muitos países estão demonstrando um interesse crescente na localização das cadeias de abastecimento e na criação de empregos a nível interno, com o apoio de políticas industriais adequadas. Essas políticas estão ligadas ao objetivo de diminuir as inseguranças no fornecimento de energia. A China tem prosseguido com sucesso uma ampla gama destas políticas industriais já há alguns anos. Mais recentemente, a UE, a Índia, o Japão, a África do Sul e os EUA anunciaram iniciativas para estimular a produção nacional. No entanto, os países terão de encontrar formas de combinar os esforços de localização com a cooperação global contínua na prossecução de uma transição energética ambiciosa.

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