O projeto de Lei do Combustível do Futuro, que tem como objetivo descarbonizar a matriz automobilística brasileira, deve também alavancar o setor mineral do país. A previsão do setor é de que a demanda mundial pelos minerais de transição energética, importantes para a produção de baterias elétricas, aumente exponencialmente. E o Brasil é um dos grandes detentores desses elementos.
Os minerais mais utilizados serão o lítio, níquel, manganês, cobalto e óxido de alumínio. Segundo estudo do Banco Mundial, só a demanda mundial pelo lítio deve aumentar em quase 1.000%. O metal é leve, tem alto potencial eletroquímico e uma boa relação entre peso e capacidade energética. O mineral detectado em solo brasileiro, o espodumênio, é considerado de boa qualidade.
O lítio é encontrado no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais; na província de Borborema, localizada entre os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará e na província de Solonópole, também no Ceará. Os recursos e reservas dessas localidades formam um montante de mais de 1 milhão de toneladas, posicionando o Brasil como a 7ª maior reserva do mundo. Atualmente, a produção brasileira é de 2.200 toneladas ao ano, a 5ª maior mundial, mas com a produção das novas empresas de lítio no Brasil, o país poderá alcançar a 3ª colocação no mundo, o que atenderá à demanda crescente da frota de carros elétricos no país.
De acordo com o Banco Mundial, a estimativa mundial para o cobalto é de crescimento de mais de 500% até 2050. O Brasil possui reservas de cerca de 70 mil toneladas. Em 2019, produziu 30 toneladas de cobalto como coproduto da produção de níquel. No entanto, já existem novos projetos de níquel com cobalto associado em fase de licenciamento ambiental para produção do mineral. A previsão é de mais investimentos em conhecimento geológico e pesquisa mineral nesses bens minerais com o PL do Combustível do Futuro e aumento dos veículos híbridos e elétricos.
Combinado ao lítio e ao cobalto, o grafite também estará presente na maioria das baterias de carros elétricos. A demanda pelo mineral deve crescer 383% até 2050. A reserva brasileira abrange 22% do total mundial, com 74 mil toneladas. Atualmente, a produção compreende 7% do montante global.
O níquel, segundo material mais utilizado na produção de baterias, também tem boas reservas em solo brasileiro. Dezesseis por cento do mineral encontrado no mundo está no Brasil, que já conta com uma produção de 83 mil toneladas ao ano. A demanda pelo material deve aumentar em mais de 100%.
Com uma reserva grande de diversos minerais, incluindo os fundamentais para a transição energética, o Brasil avançará nas exportações de matérias primas. A meta do governo federal é alavancar, também, a cadeia de refino e beneficiamento desses elementos, trazendo mais empregos e crescimento econômico para o país de forma ambientalmente sustentável.
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