O setor solar empregou 28,3 pessoas por MW instalado no Brasil em 2019, estima um estudo publicado pelo programa Profissionais do Futuro, parceria entre os ministérios da Educação (MEC) e de Minas e Energia (MME) com o GIZ. De acordo com levantamento a partir de modelo analítico, realizado por meio de questionário online aplicado às empresas do setor solar fotovoltaico atuantes no país, a maioria das pessoas, ou 72%, foram contratadas para realizar atividades na área de instalação, em caráter exclusivo ou não.
Os resultados mostraram que a instalação gera 8,88 empregos para cada megawatt instalado, e é seguida pela área de projetos, com 4,11 empregos por MW. Já a atividade de O&M, que tende a ganhar mais espaço com a maturidade do mercado e ao longo do tempo de operação das usinas, gera 1,48 empregos por MW instalado.
Alguns empregos são gerados em áreas interseccionais (como mostram as ilustrações) entre esses segmentos que, em geral, juntos, geram 28,3 empregos por MW instalado.
Já a etapa de fabricação, que no Brasil não é desenvolvida, gera 1,5 emprego por MW. As empresas que produzem módulos no país argumentam que o desenvolvimento da indústria local aumentaria a participação da fabricação na geração de empregos no Brasil.
O estudo “A mão de obra na Cadeia Produtiva do Setor Solar Brasileiro” também considerou os empregos indiretos, principalmente associados às cadeias de aço, alumínio, cobre e concreto, calculados a partir da avaliação do ciclo de vida dos materiais utilizados nas instalações, combinado com técnicas de matriz insumo-produto. A estimativa é de 3,41 empregos-ano/MW para GC, e 1,03 empregos-ano/MW para GD.
Perfil das empresas e empregados
Dado o expressivo crescimento e desenvolvimento da geração de energia solar FV no Brasil, buscou-se neste estudo levantar informações qualificadas (índices de empregos diretos e indiretos), assim como caracterizar a mão de obra necessária ao atendimento das demandas crescentes do setor.
Essas análises, obtidas através da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que, do ponto de vista regional, em 2019, mais de 90% das empresas se distribuíam majoritariamente entre as regiões Sudeste (54,5%), Sul (20,3%) e Nordeste (16,2%).
Já em relação à escolaridade da força de trabalho, a maior parte das pessoas empregadas possui nível médio (49%), seguido pelo nível superior (38%). As empresas empregam majoritariamente homens – em torno de 68% na média do período.
A maior parte das empresas (62% do total) possui menos de 10 pessoas contratadas. A média é de 3,6 empregados/as, com menos tempo de emprego, menor salário e mais baixa escolarização.
A participação feminina, que cresceu de 31% em 2012 para 34% em 2015, começou a cair em 2017 e atingiu o menor nível em 2019, quando chegou a 28%.
Apesar de mostrarem, de maneira inédita, uma caracterização do setor a partir de dados coletados junto à RAIS, considerada uma das principais fontes de informações sobre o mercado de trabalho formal brasileiro, os resultados apresentados neste estudo não são exaustivos e carecem de atualizações anuais.
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