A Ecom, uma das maiores comercializadoras de energia do país, inicia as operações de sua Mesa de Créditos de Carbono e projeta transacionar o equivalente a mais de 500 mil toneladas de carbono, o equivalente a cerca de R$ 25 milhões, até o fim de 2023.
A iniciativa é mais uma ação para facilitar o acesso de empresas, de todos os setores e tamanhos, do Brasil e estrangeiras, aos Créditos de Carbono que compensam as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), fundamental para fomentar projetos de descarbonização e desenvolvimento social e ambiental em todo o país.
Estimativa da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) projeta que o potencial brasileiro na geração de Créditos de Carbono está na faixa de 80 milhões a 1 bilhão de toneladas de CO2 para 2030, o que pode trazer receitas de até US$ 100 bilhões, conforme o cenário internacional – atualmente, no mercado voluntário brasileiro, um Crédito de Carbono, correspondente a uma tonelada de CO2 que foi retirado ou deixou de ser emitido na atmosfera, custa entre US$ 10 e US$ 12.
Segundo o BNDES, o volume de negócios no mercado voluntário em 2019 foi de US$ 320 milhões e em 2021 saltou para US$ 748 milhões. Neste movimento para atender organizações de diversos setores, comprometidos em contribuir com a promoção de uma economia verde no país, a Ecom montou uma estrutura própria focada na compra e venda de créditos certificados pelo Verra, organização internacional sem fins lucrativos, responsável por quase três quartos de todas as certificações emitidas em nível global nos mercados voluntários de Crédito de Carbono.
A preocupação com o greenwashing, a veracidade da contribuição dos projetos e fraudes na computação das compensações requer das Mesas de Crédito de Carbono uma estrutura de especialistas e experiência com soluções para descarbonização, como os I-RECs (Certificado Internacional de Energia Renovável), utilizados para rastrear e comprovar a fonte renovável de energia elétrica, por exemplo.
A equipe da Ecom, com as estimativas do cliente, realiza uma cotação de créditos necessários à empresa, de acordo com as melhores práticas e preços do mercado.
“Nos preparamos para atender a demanda por Créditos de Carbono lastreados em projetos comprovadamente sustentáveis e de acordo com a necessidade e objetivos de cada cliente. Já temos solicitações de empresas da Ásia e da Europa”, comenta a Gerente de Regulatório da Ecom, Ana Luiza Almeida.
Segundo a especialista da Mesa de Carbono da Ecom, Camila Livian, “é preciso reforçar que a compra do crédito deve ser tratada como incentivo aos projetos e todas as suas ações envolvidas, seja no âmbito social ou ambiental. O Crédito deve ser visto como um produto que vai além de uma commodity, onde as transações apenas geram lucros, eles originam ações voltadas aos compromissos climáticos”.
A sociedade está cada vez mais atenta e tem aumentado a cobrança da responsabilidade em relação ao impacto dos negócios em termos sociais e ambientais, o que tem levado empresas e organizações de diversos setores no Brasil, inclusive da esfera pública, a olhar com atenção para o desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis.
“Não é à toa que os inventários de emissão de GEE se tornaram instrumento estratégico das empresas. A partir deles e com a devida compensação com os Créditos de Carbono é possível reduzir riscos organizacionais, ter acesso a financiamentos diferenciados, estimular a inovação e estar prontos para as novas regulações que devem surgir, a exemplo do que já vem ocorrendo na Europa e EUA. Independentemente do tamanho, as empresas que entram no mercado de Crédito de Carbono demonstram compromisso real com os desafios climáticos e liderança em seus setores de atuação”, comenta Almeida.
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