O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) relançaram o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima com ampliação dos recursos a partir de captação de R$ 10 bilhões e foco em seis novas áreas, incluindo transição energética. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira, 24/08, após a 34ª reunião do Fundo Clima, em Brasília.
Vinculado ao MMA, o Fundo Clima foi criado em 2009 e é administrado pelo BNDES, que atua como gestor na aplicação dos recursos reembolsáveis. Parte do valor anunciado nesta quinta-feira será captado em emissão de títulos sustentáveis, que está sendo desenhada pelo Ministério da Fazenda. Atualmente, o Fundo tem carteira de mais de R$ 2 bilhões em crédito já contratado pelo BNDES, com a participação da ministra de Meio Ambiente, Marina Silva.
As seis novas áreas de atuação, definidas pelo Comitê Gestor do Fundo Clima, no Plano Anual de Aplicação de Recursos 2023-2024 (PAAR), são: desenvolvimento urbano resiliente e sustentável; indústria verde; logística de transporte, transporte coletivo e mobilidade verdes; transição energética, florestas nativas e recursos hídricos; e serviços e inovação verdes. O objetivo é gerar vantagens competitivas para o país, com desenvolvimento de tecnologia nacional, empregos de qualidade e resiliência climática, com foco na população mais vulnerável às mudanças climáticas.
“O Fundo vai financiar projetos inovadores nessas áreas, e com participação da sociedade civil. O BNDES hoje tem uma inadimplência de 0,01%. Então, é um banco extremamente prudente, e será rigoroso nesses empréstimos para acelerar o processo de transformação ecológica, de sustentabilidade e de descarbonização”, afirmou o presidente do banco, Aloízio Mercadante.
O presidente em exercício e Ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a relevância do Fundo Clima para o Brasil e também para a agenda verde global. “Temos falado de uma neoindustrialização, com inovação e sustentabilidade. A pergunta sempre foi onde é que eu fabrico bem e barato, mas hoje é onde fabrico bem, barato e ainda consigo compensar as emissões de gases de efeito estufa”.
A partir de 2024, a rede de instituições financeiras parceiras do BNDES que oferecem os subprogramas do Fundo Clima será ampliada. Para além dos bancos públicos, agentes financeiros privados credenciados pelo Banco também poderão operar recursos do Fundo, aumentando a capilaridade da iniciativa em todo o Brasil.
Captação de US$ 500 milhões
O banco e o China Development Bank (CDB), instituição de fomento do país asiático, assinaram contrato de empréstimo externo no valor de US$ 500 milhões na terça-feira, 22/08, na África do Sul, durante a 15ª Cúpula dos BRICS.
“Esta captação com o CDB é mais um passo na direção da diversificação das fontes de recursos para o BNDES, gerando, futuramente, mais emprego e mais renda em nosso País. As captações com organismos internacionais têm papel relevante na retomada dos desembolsos do Banco. Por isso, o BNDES vem envidando esforços para concretizar tais operações de captação, tanto com parcerias institucionais tradicionais, nas quais já existe um longo histórico de cooperação, como também nas operações com novos parceiros”, disse Mercadante.
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