O Brasil consumiu, em julho, 63.322 megawatts médios de energia elétrica, um leve aumento, de 0,4%, na comparação com igual mês do ano passado. Segundo dados preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o resultado foi puxado por uma carga maior de residências e pequenos comércios, influenciada pelo aumento das temperaturas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que levaram a um maior uso de aparelhos de ar-condicionado.
O ambiente regulado, em que os consumidores de menor porte recebem energia contratada pelas distribuidoras, apresentou alta de 0,8% no comparativo anual. Já as indústrias e grandes empresas que negociam o insumo no mercado livre registraram queda de 0,4%, situação que reflete, principalmente, uma produção menor no ramo de fabricação de veículos.
Esse foi o menor consumo mensal desde o início de 2023. Em março, o consumo chegou a 70.714 MW médios.
Segmentos da indústria
Dos 15 ramos de atividade econômica monitorados pela CCEE, houve crescimento do consumo de energia em sete, com destaque para a extração de minerais metálicos (5,9%), alimentícios (3,2%) e bebidas (1,9%). Já as maiores reduções foram registradas nas indústrias de veículos (6,8%), química (6,6%) e têxteis (4,9%).
Para o segmento automotivo, especificamente, a paralisação de fábricas e a concessão de férias coletivas levaram a uma redução de 16% na produção, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A queda na demanda por energia seria ainda maior, mas foi amenizada pelo segmento de duas rodas. As subclasses relacionadas à fabricação de motocicletas registraram alta de 9,2% no consumo de eletricidade.
Regiões
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a região Norte e boa parte do Nordeste, com dias mais quentes em julho, puxaram o consumo para cima, sobretudo no Maranhão (34,8%), no Amazonas (10,7%) e no Ceará (8%). O cenário inverso, de frio e maior volume de chuvas, derrubou as outras regiões. O Mato Grosso do Sul encerrou o mês com retração de 6,5% menor e o Rio de Janeiro teve queda de 3,9%.
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