Projeto de P&D da Cemig e Epamig investirá R$ 10 milhões em agrivoltaica em Minas Gerais

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Uma parceria entre a Cemig, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) vai unir a agricultura e geração solar, dois pontos fortes da economia do estado. O objetivo é unir produção de energia fotovoltaica e produção agropecuária na mesma área, ampliando o valor do uso do solo e possibilitando o desenvolvimento de modelos de negócios inovadores. O investimento total é de cerca de R$ 10,5 milhões e as pesquisas serão desenvolvidas ao longo de 30 meses.

A inciativa foi aprovada em edital de chamada pública da Cemig, que seleciona projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Aneel.

O projeto pretende buscar soluções para as dificuldades já identificadas em integrar as duas atividades, já que as suas configurações atuais ainda impedem o uso conjunto de uma área comum. Atualmente, as atividades são realizadas de forma separadas. Onde são instaladas as usinas fotovoltaicas, não são realizadas atividades agropecuárias, e, da mesma forma, onde há culturas e pastagens, não existe a instalação de painéis fotovoltaicos.

“Esta proposta reforça a parceria de sucesso entre Cemig e CPQD ao longo de mais de 20 anos em projetos estruturantes. Além dos desafios técnicos envolvendo áreas multidisciplinares, temos o lado social envolvendo tecnologias para facilitar a vida dos pequenos produtores rurais e o desenvolvimento de potenciais fornecedores da indústria nacional. Faremos uma avaliação completa do sistema Agrivoltaico customizado para Minas Gerais, envolvendo aspectos técnicos, regulatórios, econômico-financeiros, sob as perspectivas do produtor rural, distribuidora de energia e provedor da solução do sistema integrado”, explicou o gerente comercial do CPQD, Carlos Alberto Previdelli.

A implantação destes pilotos vai permitir a utilização, em uma mesma área, para produção conjunta de energia fotovoltaica em associação com atividades agrícolas (Agrovoltaico) e de pecuária (Rangevoltaico). O projeto será conduzido nos campos experimentais da Epamig de Mocambinho (CEMO) e de Santa Rita (CESR), localizados respectivamente nos municípios de Jaíba e Prudente de Morais, regiões Norte e Centro-Oeste do estado.

Para diretor de Estratégia, Meio Ambiente e Inovação da Cemig, Maurício Dall’ Agnese, o apoio da Cemig ao desenvolvimento da tecnologia agrivoltaica possibilitará mais um vetor de expansão da produção de energia elétrica de fonte solar. Além disso, contribui com o esforço da companhia no processo de descarbonização e transição energética, promovendo o desenvolvimento social e econômico. “O projeto tem potencial de revolucionar o setor, seja pela nossa vocação para geração solar, seja pela vocação para produção agropecuária de Minas Gerais”, ressalta.

Potencial agropecuário aliado à transição energética

O método de pesquisa contará com três instalações agrivoltaicas que vão permitir realizar análises comparativas entre elas. O objetivo é determinar quais serão as combinações de modelos de módulos e as melhores culturas para aumentar a produtividade global das atividades.

“Produzir alimentos e energia elétrica em um mesmo local é algo realmente inovador. Nesta fase inicial, estamos instalando unidades pilotos nos campos experimentais da Epamig para testar culturas variadas em diversos arranjos e, assim, chegarmos a tecnologias adaptadas às condições de clima e solo para serem transferidas aos agricultores das diferentes microrregiões de Minas Gerais”, diz o diretor de Operações Técnicas da Epamig e um dos coordenadores do projeto, Trazilbo de Paula.

A pesquisadora da instituição, Polyanna Oliveira destaca o potencial de aplicabilidade dessa tecnologia: “Minas Gerais vivencia um crescimento exponencial junto ao setor que, por si só, é o que mais cresce no Brasil. Como é um estado com agropecuária variada e pujante, é justificável a maior quantidade de instalações fotovoltaicas na sua zona rural”.

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