O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou na terça-feira (25/07), a nota técnica sobre os impactos da geração distribuída nos transformadores da rede básica de fronteira (RBF) nas regiões Norte e do Triângulo do estado de Minas Gerais. O estudo foi realizado após entendimentos com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e trocas de informações constantes com a Cemig, distribuidora de energia elétrica local.
Em razão do aumento expressivo das solicitações de acesso de novos geradores e da micro e minigeração distribuída nas redes de distribuição, passam a ser observados impactos nos transformadores da rede básica de fronteira desses locais. A nota foi elaborada para antecipar um panorama estrutural das condições de acesso para geradores e carga nesses locais de foco do estudo.
Na região Norte de Minas, que tem grande potencial fotovoltaico e viu um crescimento expressivo da geração distribuída nos últimos anos, os transformadores de fronteira em Pirapora 2, Três Marias, Jaíba e Paracatu 4 têm carregamento superior à capacidade operativa de curta duração (limite do equipamento para o período de quatro horas), em condição de contingência.
A Cemig espera um crescimento expressivo, de 229%, da capacidade instalada de projetos de minigeração (com mais de 75 kW) na sua área de concessão em 2023. A projeção é que a modalidade some 3.919 MW instalados até o final do ano e 7.675 MW até 2029.
Além disso, a oferta de projetos no mercado livre, com inúmeros pedidos de solicitações de Informação de Acesso e ou de Solicitação de Acesso para usinas fotovoltaicas, também cresceu acentuadamente nos últimos anos, de modo que o montante de geração previsto pode chegar a valores da ordem de 20 GW até o fim de 2026, um potencial consideravelmente superior ao vislumbrado pelo planejamento no médio e longo prazo.
O ONS ressalta que os resultados dessa nota técnica não são impeditivos para a conexão de geração distribuída, mas constituem um elemento adicional de apoio à decisão das distribuidoras nas análises dos acessos em sua área de concessão.
Sempre que houver riscos de sobrecargas na RBF, o ONS poderá solicitar à distribuidora a redução da geração conectada em sua rede, de modo a controlar os carregamentos dos equipamentos dentro dos limites estabelecidos.
A distribuidora pode avaliar também, destaca o ONS, se é possível realizar o gerenciamento dos excedentes de geração, o que poderia viabilizar um aumento da inserção de geradores conectados às redes de distribuição.
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