Dos 8 GW de geração centralizada em operação ou construção no Brasil com seguidores fornecidos pela Nextracker, 1,2 GW usam o TrueCapture. A companhia quer ampliar o uso do software de otimização de geração pelos seus clientes no país, oferecendo ganhos de até 6% na geração de energia.
O software posiciona as fileiras de módulos fotovoltaicos individualmente, de acordo com fatores como sombreamento, clima e previsão de tempo e condições geográficas da planta. As informações são coletadas em tempo real e o software conta com machine learning.
Com o último contrato assinado com a Atlas, para equipar o complexo Vista Alegre, de 902 MW, os projetos no Brasil com o uso do TrueCapture ultrapassarão os 2,1 GW. Globalmente, a solução começou a ser oferecida em 2017, e já são 200 projetos, com 28 GW, utilizando a tecnologia.
“Temos uma modalidade de contratação, como essa com a Atlas, em que participamos desde o início do desenvolvimento de projeto. Outro projeto estava em operação há 5 anos [quando adotou a tecnologia] e teve 1,81% de ganho de geração. É um projeto de 400 MW em Pirapora [Minas Gerais]”, conta o gerente de engenharia da Nextracker no Brasil, Lucas Kauer.
Ele acrescenta que o ganho de geração pode ser de até 6% para usinas que adotam a tecnologia desde a modelagem da planta. “No início, os dados são teóricos e no campo vamos validando essas informações, com medição no local e monitoramento”, detalha Kauer.
As estimativas de ganho de geração são avaliadas por certificadoras independentes, como a Enertis e a Leidos, que emitem relatórios de validação tecnológica para o TrueCapture. A ideia é passar a ter também uma certificadora brasileira validando os resultados.
No país, optaram por usar o software em conjunto com os trackers as empresas estrangeiras, que já tem conhecimento do TrueCapture de outros mercados, conta o gerente.
“É também uma questão cultural. No Brasil, existe um paradigma de investimento no início do projeto, sempre mostrando só esse impacto [no capex] e não o ganho de até 6% na geração”, comenta. Além disso, existe também esse nicho de projetos que não está entregando o que estava esperando, ele acrescenta.
O Brasil é atualmente o segundo maior mercado da Nextracker no mundo. A companhia saiu de aproximadamente 20% de participação no mercado brasileiro de trackers, em 2020, para 30% em 2022.
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