A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) acaba de formalizar adesão à iniciativa internacional Hydrogen for Development Partnership (H4D), lançada na COP 27 e liderada pelo Banco Mundial. Com isso, a associação passa a ser a primeira entidade brasileira do setor privado a integrar o grupo, do qual também participam a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
O grupo H4D do Banco Mundial é uma iniciativa para ajudar a catalisar financiamentos significativos para investimentos em hidrogênio produzido por fontes renováveis, tanto na esfera pública quanto no setor privado. Ao reunir as partes interessadas no desenvolvimento desse combustível sustentável, o grupo atuará na promoção e desenvolvimento de capacidades e soluções regulatórias, modelos de negócios e tecnologias para a consolidação do hidrogênio de baixo carbono e países em desenvolvimento.
O grupo conta atualmente com várias instituições industriais, acadêmicas e de pesquisa, que vão se reunir semestralmente para debates, análises e proposituras junto aos setores público e privado, além de trocar informações sobre as atividades dos parceiros e estabelecer acordos organizacionais para a entrega de tarefas.
“A parceria, inédita para uma entidade de classe no Brasil, é mais uma iniciativa da Absolar para contribuir com o desenvolvimento do mercado brasileiro de hidrogênio verde (H2V), tanto para exportação de seus derivados quanto para consumo doméstico”, comenta Eduardo Tobias, coordenador da Força-Tarefa de Hidrogênio Verde da Absolar e um dos articuladores da parceria da entidade com o Banco Mundial. “É fundamental o Brasil ter representatividade nessas ações multilaterais para construir seu protagonismo nesse mercado tão promissor”, acrescenta.
O H2V tem o potencial de se tornar em pouco tempo um eixo estratégico na transição energética e descarbonização dos setores produtivos de diversos segmentos, diz o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia. “Além de sustentável, pode ser utilizado em diversas aplicações, reduzindo drasticamente as emissões de gases de efeito estufa de setores de difícil descarbonização, tais como: fertilizantes nitrogenados, mineração, siderurgia, produção de metanol, de aço, transporte aéreo, marítimo e terrestre de veículos pesados, entre outros”, diz o executivo.
Para que o mundo atinja a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa até 2050, o Brasil precisa fazer a sua parte e pode, inclusive, transformar este desafio em uma grande oportunidade de acelerar seu desenvolvimento socioeconômico e ambiental, destaca o presidente do Conselho de Administração da Absolar.
“O Brasil pode produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo, por conta de possuir uma matriz elétrica eminentemente de fontes renováveis, o que coloca o País na perspectiva de se tornar o maior fornecedor global do combustível para os mercados europeus e outros. E mais: pode estabelecer um caminho perene de reindustrialização, possibilitando a atração de novas fábricas, mais capital estrangeiro, novas oportunidades de negócios e novas tecnologias”, diz Koloszuk.
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