O BNDES e o Pará anunciaram nesta sexta-feira parceria que mobilizará R$ 5 bilhões do banco para o estado se preparar para receber a Conferência das Partes da ONU (COP) 30, em 2025. Esses recursos serão destinados à redução de emissões de carbono do transporte público no estado, para o desenvolvimento da bioeconomia, para a adequação do setor hoteleiro para receber o evento e também para apoiar investimentos em usinas solares para atender ao estado.
Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho, o governo do estado tem o objetivo de atender 100% do consumo da máquina pública via fontes renováveis. Os planos para o transporte público de baixa emissão incluem a compra de veículos elétricos e a gás para modernizar e “limpar” a frota paraense.
Atualmente, o estado conta com 1.300 ônibus, com 12 a 14 anos.
“O esforço do BNDES é para não ser apenas a compra [de veículos de baixa emissão], nós temos que trazer investimento, reformar as fábricas que nós temos. O Brasil é o segundo país que mais anda de ônibus no planeta. 83% da mobilidade urbana nas cidades é atendida via ônibus. 52% dos ônibus na América Latina foram feitos no Brasil. Se não migrarmos para o ônibus elétrico, vamos perder a presença na região. Já estamos perdendo. Países como México e Chile já importaram ônibus de fora da região. E a manufatura gera muito emprego”, disse o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, em coletiva de imprensa.
Ele cita que o BNDES também está apoiando, em parceria com o MEC, o programa Caminho da Escola, com previsão de adquirir 11 mil ônibus de baixa emissão para transporte escolar.
“Essa encomenda viabiliza investimentos para o Brasil passar a produzir esses ônibus. Marcopolo, BYD, a Eletra – empresa que inaugurou nesta sexta-feira uma nova fábrica de veículos elétricos em São Bernardo do Campo (SP) -, são empresas interessadas. Queremos impulsionar a eletromobilidade”, disse.
Os recursos, segundo Mercadante, devem vir de diferentes linhas e fundos do banco, com diferentes condições, a depender da atividade fim e do tomador do financiamento, podendo ser os municípios, o próprio estado ou empresas. FNDE, Fundo Clima, Fundo Amazônia foram algumas das fontes de recursos citadas.
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