Substituir fósseis por solar na matriz energética brasileira demandaria US$ 376 bilhões

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Cientistas da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul realizaram um estudo sobre o investimento necessário para substituir combustíveis fósseis por fotovoltaica na matriz energética brasileira até 2030.

Os resultados revelaram que seriam necessários cerca de 859 TWh de energia fotovoltaica para substituir os combustíveis fósseis na matriz energética de 2030. A geração centralizada projetada seria de 343 TWh e a geração distribuída de 515 TWh. Com um custo de US$ 710/kW para GC, e de US$ 982/kW para GD, o investimento total seria de US$ 376 bilhões. O valor equivale a US$ 47 bilhões por ano até 2030.

“Embora o investimento necessário seja considerado alto, quando o valor é diluído por ano, ele pode se tornar viável, especialmente considerando que no Brasil foram investidos US$ 22,3 bilhões em combustíveis fósseis em 2021,” comentaram os pesquisadores. “Com isso, pode-se considerar que o investimento anual de US$ 47 bilhões no cenário base poderia, em parte, ser alcançado com a transferência desses subsídios e investimentos do setor fóssil para o solar e, por outro lado, com o aumento dos subsídios e incentivos para a instalação de energia solar.”

A equipe calculou as emissões de gases de carbono usando o método IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, do inglês), baseado no potencial de aquecimento global em 100 anos. O investimento anual foi estimado usando dados sobre o fator de capacidade de geração fotovoltaica para o Brasil e o valor dos custos de instalação fornecidos pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).

Os pesquisadores indicaram que essa substituição será indispensável para o Brasil aproximar a matriz elétrica e as emissões de gases de carbono das metas do Acordo de Paris.

O estudo também mostra que com a substituição de combustíveis fósseis por fotovoltaica, as emissões podem ser reduzidas em 36,9% (de 0,484 GtCO2eq para 0,305 GtCO2eq). Esse valor, no entanto, ainda fica aquém da meta do Acordo de Paris, de 0,187 GtCO2e.

A equipe publicou os seus resultados em “Investment in photovoltaic energy: an attempt to frame Brazil within the 2030 passage target of the Paris agreement”, na revista Cleaner Energy Systems.

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