O Complexo do Pecém e o Porto de Roterdã assinaram acordo para criação de um corredor de ponta a ponta da cadeia de suprimentos para hidrogênio verde, incluindo produção no Pecém e o recebimento e distribuição no Porto de Roterdã, para atender à demanda nos Países Baixos e de outros países da Europa. Assinaram a criação do corredor Complexo Industrial e Portuário do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Nexway, Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP.
O governo do Ceará e os Países Baixos assinaram acordo para criar o Corredor de Hidrogênio Verde (Green Hydrogen Corridor), entre o Porto do Pecém e o Porto de Roterdã, e a Parceria de Portos Verdes (Green Ports Partnership). A solenidade contou com a presença do primeiro-ministro do Reino dos Países Baixos, Mark Rutte, e de outras autoridades e executivos, em São Gonçalo do Amarante (CE).
“O corredor marítimo e a parceria fortalecem o Porto do Pecém como porta de entrada e saída [de hidrogênio verde] para o Brasil e o mundo. O hidrogênio verde permitirá o aumento da produção da energia eólica e solar. A matriz energética do Ceará já é bastante diversificada. Nós temos que incluir os mais vulneráveis nesse desenvolvimento, para que as pessoas do sertão do cearense se transformem também em produtores de energia e possam vender para outros produtores. A transição energética global tem que ser justa e inclusiva”, disse o governador, Elmano de Freitas.
O primeiro-ministro dos Países Baixos também falou da expectativa em relação à cooperação. “Roterdã e o Pecém também podem legitimamente se denominar o portal de acesso ao Hidrogênio para a Europa. O Brasil está diante de uma oportunidade excepcional para fortalecer o seu setor marítimo. O Brasil também é um dos líderes de exportação de commodities e o volume total de cargas está crescendo. Então, esta é uma oportunidade fantástica. A Holanda, com sua expertise em portos e logística, está buscando cooperar, e é o que já estamos fazendo, e de hoje em diante faremos muito mais juntos. O hidrogênio verde não é uma tecnologia do futuro distante, é do presente, está acontecendo agora. Estamos estabelecendo o alicerce do futuro na economia verde. O Ceará está liderando o caminho no Brasil, bem como Roterdã é um líder na Europa”, enfatizou Mark Rutte.
Os dois portos são parceiros desde 2018, quando o Governo do Ceará acordou com o governo dos Países Baixos, controlador do Porto de Roterdã, a cessão de 30% do Porto do Pecém.
A assinatura do acordo dos Portos Verdes foi transmitida também na World Hydrogen Summit 2023, uma das principais feiras de hidrogênio verde do mundo, que está sendo realizada em Roterdã até quinta-feira (11/05). Uma comitiva do Complexo do Pecém está participando do evento.
Potencial cearense
Com foco no desenvolvimento do Hub de Hidrogênio Verde, o Estado do Ceará se encaminha para a marca de 30 memorandos assinados com empresas interessadas na produção. Destes, três já avançaram a pré-contratos selados e têm área reservada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará: Fortescue, Casa dos Ventos e AES. A soma de investimento é estimada em US$ 8 bilhões. Além disso, o Porto do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões para dotar o terminal de infraestrutura capaz de abrigar os projetos.
Nesse sentido, a Parceria Portos Verdes, entre o Governo do Ceará e Países Baixo, estabelece apoiar empresas holandesas a exportar e investir no Brasil e apoiar empresas brasileiras com investimentos e exportações para a Holanda.
Do lado neerlandês, é uma cooperação entre a Rotterdam Partners, a Agência Empresarial dos Países Baixos (RVO) e a Rede Diplomática Econômica Neerlandesa no Brasil. O programa conta ainda com a colaboração do Porto de Roterdã, Arcadis, TNO (Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada), Wind & Water Works (organização de indústria para energia offshore), assim como um grupo de empresas neerlandesas atuantes no setor marítimo
A expectativa é que essa parceria aumente a cooperação bilateral e o conhecimento para promover conjuntamente iniciativas públicas e privadas no campo do desenvolvimento portuário, logística portuária, conexão com o Interior, bem como projetos de energia portuária, como energia eólica onshore e offshore e a produção de hidrogênio verde.
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