A criação de nova diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis na Petrobras

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Em 2022, as operações da Petrobras emitiram 47,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente (tCO2e). Isso representou uma queda de 23% em relação a 2021, quando as emissões operacionais da companhia subiram após três anos consecutivos de queda.

O volume de 62 milhões tCO2e  emitido em 2021 foi fortemente afetado pela alta demanda de despacho das termelétricas, solicitado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para garantir o fornecimento de eletricidade em um ano de crise hídrica.

Com o aumento do nível de água dos reservatórios das hidroelétricas, a demanda por geração termelétrica reduziu em 2022. O baixo despacho termelétrico em no ano passado, afetou significativamente o resultado da companhia em termos de emissões.

Alguns desinvestimentos de termelétricas concluídos ao final de 2021 e ao longo de 2022 também foram vetores para menor emissão de GEE.

Metas atuais

A Petrobras estabeleceu a meta de reduzir em 30% as emissões operacionais totais até 2030, em comparação com 2015 (78 milhões de tCO2e). Ou seja, o compromisso da Petrobras é não exceder 54,8 milhões de toneladas de CO2
em 2030. A compromisso meta pode não ser atingida se houver demanda acentuada por geração de eletricidade a partir das térmicas. Neste caso, o atingimento do compromisso considera a possibilidade de uso de créditos
de carbono.

A empresa ainda estabeleceu metas para os projetos de Captura, Uso e Armazenamento geológico de CO2, reajustadas para 80 milhões de toneladas de CO2 reinjetadas até 2025 – em 2022, foram  de 10,6 milhões de toneladas de CO2 reinjetadas.

Novos investimentos em renováveis 

A criação de uma diretoria de transição energética e energias renováveis pela Petrobras, aprovada na última semana pela empresa, é um importante passo para acelerar o processo de descarbonização das atividades produtivas com a redução de emissões de gases do efeito estufa na economia, além de uma forte sinalização da companhia no avanço das fontes renováveis no país. A afirmação é do presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Ronaldo Koloszuk.

Para o executivo, o direcionamento para novos investimentos em tecnologias de energias renováveis na Petrobras segue o movimento global verificado nas petroleiras nos últimos anos e está alinhado com os anseios da sociedade brasileira.

“A Absolar e o setor de energia solar parabenizam a diretoria da Petrobras pela iniciativa e, sobretudo, pela sinalização de um novo rumo no desenvolvimento sustentável da empresa, que tem influência direta na vida em sociedade no Brasil”, comenta.

Vale lembrar que o consumo de combustíveis fósseis é a maior causa de emissões de gases de efeito estufa no mundo e a segunda maior no Brasil. E essa sinalização da Petrobras traz uma grande oportunidade para o Brasil voltar a se reindustrializar por meio de tecnologias sustentáveis de transição energética. Sabe-se que a idade da pedra não acabou por falta de pedra e que a era do petróleo não acabará por falta do petróleo. Tratam-se de um fato inquestionável e de um fenômeno irreversível no planeta”, acrescenta Koloszuk.

Para Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, com a criação e fortalecimento de políticas públicas e estratégias privadas que promovam a transição energética, o Brasil pode se tornar uma liderança no combate às mudanças climáticas e na oferta de produtos e serviços sustentáveis ao mundo, bem como na atração de mais investimentos internacionais.

“O setor solar está pronto para contribuir de forma decisiva no processo de zerar as emissões na matriz, incluindo o desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde, que poderá gerar milhares de novos empregos e consolidar o Brasil como protagonista mundial na descarbonização do planeta, bem como para garantir maior segurança energética ao país”, conclui.

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